O pouso de um Airbus A320 da JetSmart, na tarde desta quinta-feira (11), no aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, marca o início de mais uma frequência e de uma nova companhia aérea ligando a cidade paranaense a Buenos Aires, na Argentina. Um movimento internacional que tem se intensificado no Paraná, mas também em Santa Catarina, a partir de Florianópolis, dando aos moradores dos dois estados mais opções para viajarem para fora do Brasil, bem como a estrangeiros a possibilidade de fazer negócios e turismo por aqui.

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O aumento de voos internacionais no Paraná e em Santa Catarina nos últimos meses é notório pelas estatísticas. No Afonso Pena, de janeiro a maio de 2024, foram contabilizados 60.195 passageiros em conexões internacionais, um aumento de 66% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No Hercílio Luz o acréscimo foi ainda maior, de 95,6%, com 408.202 embarques e desembarques.

Hoje, a capital catarinense tem voos internacionais diretos para Buenos Aires, Santiago e Cidade do Panamá. A partir de setembro também terá uma rota para Lisboa, em Portugal. Por sua vez, o aeroporto da região de Curitiba tem conexões para Buenos Aires, Santiago e Montevidéu, com dois novos destinos programados para este ano: Lima a partir de outubro e Assunção em dezembro.

Essa realidade era diferente há poucos anos. A partir de Curitiba se chegava apenas a Buenos Aires e por uma companhia aérea, sem qualquer tipo de concorrência. Em Florianópolis, os voos internacionais, especialmente para a Argentina, eram comuns, mas somente no período de alta temporada. Hoje, além de mais destinos oferecidos, os voos se estendem ao longo do ano, sem interrupções, também com mais opções de empresas e, consequentemente, de preços.

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“Desde que assumimos a concessão, temos uma atuação bastante ativa nos mercados de interesse, mapeando esses mercados potenciais. Além disso, fazemos um esforço grande de mostrar para as companhias aéreas o potencial das rotas”, explica o diretor-executivo da Zurich Airport Brasil, Ricardo Gesse.

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A empresa administra o terminal catarinense desde 2018 e tem se aproximado do governo de Santa Catarina para que o poder público também trabalhe para promover o estado. Ao lado estão os Convention e Visitors Bureau das cidades para levar o destino para eventos e para os operadores turísticos. “Santa Catarina tem um combo interessante de atrair o turista americano e europeu, seja com Florianópolis, Balneário Camboriú, Penha, Serra Catarinense. O que estamos fazendo é trabalhar para sermos a porta de entrada”, acrescenta.

Essa é uma estratégia adotada também pela CCR Aeroportos, que assumiu a concessão do aeroporto Afonso Pena em 2022, de trabalhar em parceria com poder público e promotores locais do turismo. Não só isso. Segundo a gerente executiva de Negócios Aéreos da CCR, Graziella Delicato, é fundamental conversar diretamente com as companhias aéreas para mostrar os potenciais de cada destino. Isso não era comum antes das concessões, visto que os principais aeroportos eram administrados por uma empresa apenas. Com a iniciativa privada, os negócios aéreos ganharam relevância, com mais profundidade em dados e inteligência para mostrar às companhias.

A estratégia da CCR Aeroportos passa também pelo aumento da oferta de voos domésticos. Isso é primordial para os negócios da empresa. “Além de aumentar destinos internacionais, temos que desenvolver as rotas domésticas. Uma coisa conversa com a outra. Muitas vezes, um destino internacional não se sustenta de ponto a ponto, ele precisa de alimentação. E quanto mais forte a malha doméstica, mais fácil alcançar destinos internacionais”, argumenta Graziella.

Avanço das low costs ajuda mercados secundários para voos internacionais

A América do Sul tem visto nos últimos anos a criação de companhias aéreas low cost, notadamente no Chile e na Argentina, com um modelo de negócios agressivo em termos de preços. Com a concorrência interna e, muitas vezes, com rotas domésticas já saturadas, elas buscaram naturalmente a expansão da malha para o Brasil, o principal mercado na região. Ao contrário das companhias tradicionais, tendem a voar ponto a ponto, sem a necessidade de um hub de distribuição, como é o caso da Latam em Guarulhos e da Azul em Campinas.

Esse modelo também facilitou a oferta de novos voos internacionais no Paraná e em Santa Catarina. A JetSmart iniciou no Chile, mas tem subsidiárias na Argentina e na Colômbia. A SKY opera a partir do Chile e do Peru, e a Flybondi tem a Argentina como ponto de partida. Essas três são as principais operadoras internacionais em Florianópolis em número de voos.

“Nós éramos um mercado tradicional na alta temporada, mas temos potencial para o ano todo. E quando conseguimos atrair uma low cost, ela faz uma mágica de multiplicar mercado, porque coloca a oferta a um preço menor e abre novas possibilidades”, diz o executivo da Zurich Airport Brasil.

A concorrência é notória em rotas operadas pelas low costs na capital catarinense. Os voos para Buenos Aires são operados por JetSmart, Flybondi e Gol. No caso de Santiago, novamente a JetSmart, além da SKY e da Latam. É um movimento que começa a ser visto também em Curitiba. Até o mês passado, a Latam não tinha concorrência na rota para Santiago, o que acabou a partir da entrada da JetSmart. E agora ela também opera para Buenos Aires, antes dominada pela Aerolíneas Argentinas.

“Como somos mercados secundários, não adianta falar com a Emirates Airline. O nosso esforço está nas companhias aéreas que sinalizaram voos ponto a ponto. Temos que falar com quem considera operar em mercados secundários”, reforça a executiva da CCR.

Voos de longa distância se tornam realidade em Santa Catarina

O maior salto do aeroporto de Florianópolis foi a estreia da rota para a Cidade do Panamá, pela Copa Airlines, no fim de junho. Esse era um desejo antigo da capital catarinense, que abre um leque de 13 destinos no Caribe e uma possibilidade de conexão para 16 cidades nos Estados Unidos. Antes mesmo de iniciar os voos, a companhia aérea decidiu aumentar as frequências semanais de três para quatro — a quarta começa a operar em setembro.

O próximo salto, ainda maior, será dado a partir de setembro, quando a portuguesa TAP passará a voar três vezes por semana entre Florianópolis e Lisboa, com aeronaves Airbus A330-200, com capacidade para 269 passageiros. Essa é uma rota que a Zurich Airport Brasil vem buscando há vários anos, inclusive participando de eventos internacionais de turismo para apresentar os potenciais do destino Santa Catarina, novamente em conjunto com o governo do estado e empresários locais.

TAP voará três vezes por semana entre Florianópolis e Lisboa. Curitiba também está nos planos.

A TAP havia sinalizado Florianópolis como uma real possibilidade, mas não para 2024. A expectativa da Zurich era contar com a ligação para Lisboa em 2025. A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, entretanto, mudou esse cenário. Sem poder operar em Porto Alegre por causa do fechamento do aeroporto Salgado Filho, a companhia aérea portuguesa decidiu antecipar os voos para a capital catarinense. Assim poderá recuperar parte dos passageiros que embarcariam em Porto Alegre e contar também com viajantes de Santa Catarina e mesmo do Paraná.

“Estamos conversando com a TAP há muito tempo, mostrando a potencialidade do estado e a quantidade de catarinenses que vão para Lisboa e outros destinos na Europa. E quando houve a tragédia no Rio Grande do Sul, a TAP nos procurou sobre a possibilidade de antecipar o voo”, conta Gesse. A TAP, inclusive, garantiu no lançamento da rota que não se trata de um voo temporário e sim que passa a fazer parte da malha da empresa por tempo indeterminado.

Voos para Lisboa também estão no radar da CCR Aeroportos a partir de Curitiba. O aeroporto Afonso Pena, porém, tem hoje uma restrição que impede a realização da rota. Com uma pista de 2.220 metros de comprimento a 911 metros de altitude, um avião de longo alcance não consegue decolar com capacidade de passageiros e cargas total para chegar à capital portuguesa. O aeroporto conta com outra pista, mas ainda menor, com 1.800 metros.

Essa limitação foi uma das principais questões levantadas durante o período de discussões para o edital de concessão do terminal curitibano. Com o apoio de entidades do setor produtivo e do poder público, a obrigatoriedade da construção de uma nova pista, de 3.200 metros de comprimento, foi acrescentada ao edital e ratificada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no início deste ano. A previsão da CCR Aeroportos é de que a obra seja entregue em 2026.

Com essa data no radar, a concessionária partiu para Portugal para apresentar não apenas o aeroporto, mas também os destinos Curitiba e Paraná. O próprio governador do estado, Ratinho Junior (PSD), esteve no país europeu para uma apresentação formal à TAP, junto com a CCR e empresários do estado. “O planejamento para uma rota long haul [longo alcance] começa com dois a três anos de antecedência. Estivemos em Portugal, apresentamos o destino para a TAP. Eles agora estão fazendo a análise e sabem que em 2026 terão condições de operar nesse mercado”, adianta Graziella.

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