Depois de sair de um evento para advogados, na última quinta-feira, 13, Juliano Trevisan e alguns amigos decidiram curtir a noite curitibana. Para tal, escolheram o bar James, na região central da capital paranaense. Mas o que era para ser comemoração tornou-se, de forma absurda, uma exposição de como o racismo está intrincado no cotidiano brasileiro. Juliano foi impedido de entrar na casa porque estava vestido como “segurança”. Ele usava roupa social preta e gravata.
Em carta aberta, publicada em seu perfil no Facebook, o advogado conta como tudo aconteceu.
“Fui abordado por um dos seguranças, que me chamou para conversar com um funcionário de cargo relevante na balada. No que cheguei, o funcionário me olhou dos pés à cabeça e informou que, pelo meu estilo, com a roupa que estava usando, eu não poderia entrar. Olhei para minha roupa tentando entender o porquê, e ele continuou: ‘Roupa preta, gravata e tal, você vai ser confundido com segurança lá dentro’.”
Juliano diz ter ficado chocado com a situação. E, para não estragar sua noite e a de seus amigos, decidiu ir embora. No entanto, já dentro do carro, a ficha caiu. Por esse motivo, decidiu publicar a carta no Facebook, que viralizou. Até o início da tarde deste domingo, 16, o texto tinha mais de 7 mil curtas e mil compartilhamentos.
Veja a íntegra da carta:
Resposta
Após a publicação da carta de Juliano Trevisan sobre o ocorrido, o bar James utilizou seu perfil no Facebook para postar um texto de retratação. Nele, a casa pede desculpas pelo tratatamento arbitrário dado ao advogado e diz que desligou os funcionários responsáveis pela situação.
“Estamos muito chateados e envergonhados. Na noite de quinta-feira, 13, o Juliano foi equivocadamente informado que não poderia entrar no bar por conta do que estava vestindo. Essa foi uma atitude errada e que não condiz com o que acreditamos. (…) Aprendemos muito com isso e estamos trabalhando para sempre oferecer um local seguro e justo”, finaliza a publicação.