Um grupo de adolescentes do colégio Marista chamou a atenção nas redes sociais nesta semana. As cinco jovens postaram um vídeo na rede social Tik Tok de uma versão de “Baile de Favela” que ficou conhecida como “Funk do Bolsonaro”.

continua após a publicidade

O vídeo é curto, em formato adequado para plataformas com o TikTok. Nele, as jovens dançam a paródia da música de um trecho que traz na letra os dizeres: “As mina de direita são as top mais bela, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela”.

LEIA TAMBÉM:

>> Alvaro Dias ou Sergio Moro? Pesquisa mostra disputa acirrada ao Senado pelo Paraná

continua após a publicidade

>> Ratinho Jr ou Requião? Quem está na frente na disputa pelo Governo do Paraná

A letra alterada foi produzida por MC Reaça (DJ que foi encontrado morto em São Paulo, em junho de 2019). Ofensas são disparadas para mulheres de esquerda, às chamando de “cadelas”. O próprio Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição neste ano e esteve em Curitiba, já chegou a fazer dancinha com a música no Litoral de Santos, em dezembro de 2021.

Campanha eleitoral na escola?

continua após a publicidade

A publicação chama a atenção pela atitude de estudantes do Ensino Médio, de disseminarem o ódio político pelas redes. Em Curitiba, na última segunda-feira (05), uma discussão política terminou com ameaça de morte em universidade de Curitiba.

Na postagem, dá a entender que as cinco jovens são de direita e apoiam o candidato Jair Bolsonaro, pois a letra segue com o trecho: “Bolsonaro pula de paraquedas. Bolsonaro, capitão da Reserva”.

Na capital paranaense, algumas escolas particulares têm enviado comunicados para os pais, pedindo que questões políticas não entrem em debate dentro do ambiente escolar. Em um momento em que a polarização política está em alta, por causa das Eleições 2022, muitas escolas querem evitar conflitos. Também é de se destacar que a campanha eleitoral não é permitida dentro dos estabelecimentos de ensino (Lei nº 9.504/97).

O que diz o Marista

Em nota, a rede Marista de Curitiba informou que está acompanhando a repercussão do vídeo gravado e publicado por estudantes e está atuando no cumprimento do Regimento Escolar.

“Repudiamos atitudes ou comportamentos que incitem qualquer tipo de violência, seja ela simbólica, verbal, psicológica ou física. Trabalhamos com nossos estudantes sobre o uso consciente e respeitoso das redes sociais, especialmente em relação à proteção integral de crianças e adolescentes e preservação da imagem”, diz a nota.

A rede Marista também reafirmou o seu “compromisso com a educação e o respeito a todas as linhas de pensamento independente de credo, ideologias e posicionamentos políticos”.

Vale como manifestação eleitoral?

A Tribuna do Paraná procurou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR), em Curitiba, que mantém as comissões de análise eleitoral, para uma verificação do vídeo postado nas redes sociais. Se, de alguma forma, ele pode ferir a legislação eleitoral por conta dos uniformes escolares trajados pelas autoras da postagem, considerando que a propaganda eleitoral é proibida em escolas. Até o fechamento da matéria, ainda não havia uma resposta.