Uma adolescente, de 13 anos, foi quem levou a pior na discussão entre quatro pessoas, que começou num bar da Rua Corbélia, Vila Alto Tarumã, em Pinhais, no fim da noite de quarta-feira, depois da final entre Atlético e Flamengo, pela Copa do Brasil. Luana Gonçalves Cordeiro foi atingida na cabeça por uma bala perdida e morreu na manhã de ontem, no Hospital Cajuru.
O auxiliar de produção Jocemar Jednoralski, 34 anos, foi preso em seguida na casa dele, a poucos metros de onde Luana morava com a família. Segundo vizinhos, ela foi tirar o lixo de casa, por volta da meia-noite, e estava na frente da residência, quando Jocemar atirou, depois de discutir com um casal dentro do bar, onde assistiram à partida de futebol.
Versão
O delegado Marcelo Magalhães contou que, até agora, tem apenas a versão de Jocemar. Segundo ele, os quatro envolvidos na confusão haviam bebido, Jocemar desde antes do jogo. “Nós assistimos à partida no bar e, depois que acabou, colocamos uma mesa lá fora”, disse o preso.
Segundo o auxiliar de produção, a discussão começou no fim da partida, quando uma mulher ameaçou jogar um copo de cerveja no amigo. “Falei para a mulher que não adiantava ficar desse jeito, porque não ia mudar o placar do jogo”, disse Jocemar. O marido dela, chamado Silvio, pensou então que Jocemar estava brigando com a esposa e começou a discutir com ele.
Jocemar foi até sua casa, próximo ao bar, para pegar o revólver. Ele retornou ao boteco e atirou para o chão para afastar os desafetos. Em seguida, voltou para casa. “Foram atrás de mim em casa e atirei para o lado”, conta. Esse tiro acertou a garota. Depois do crime, Jocemar voltou para casa e foi desarmado pelo irmão. “Meu cunhado chamou a Guarda Municipal”, lembra o auxiliar de produção, que se diz arrependido.
Jocemar foi atuado em flagrante por homicídio qualificado na delegacia de Pinhais. A arma dele, um revolver calibre 38 com numeração suprimida e duas munições deflagradas, foi apreendida. Jocemar não tem passagem pela polícia e diz que comprou a arma há cerca de três anos.
O delegado pretende ouvir testemunhas nos próximos dias para confrontar a versão de Jocemar. “Nem o casal nem o amigo do detido foram localizados. Não descartamos a hipótese que ele atirou para acertar o desafeto”, disse o delegado.
Manifestação
Luana foi encaminhada ao Hospital Cajuru, onde foi submetida à cirurgia, mas morreu no início da manhã. Na frente da Escola Municipal Felipe Zeni, onde cursava o 5.º ano, na mesma rua onde morava, foi colocada faixa de luto. Alunos e professores prometem passeata contra a violência hoje. A concentração será às 9h30 na frente da escola, na Rua Corbélia.