Foco na cobertura vacinal

Adiantar a segunda dose da vacina “é um equívoco”, revela secretária de Curitiba

Secretária de saúde de Curitiba Márcia Huçulak
Foto: Reprodução RPC / arquivo.

A secretária da Saúde de Curitiba Márcia Huçulak, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (06), revelou o resultado parcial da vacinação da covid-19 na capital, que já vem acontecendo há praticamente seis meses. Huçulak reforçou a necessidade da população seguir o calendário vacinal para garantir a imunização completa, com primeira e segunda doses, e disse ser contra o adiantamento das segundas doses da Astrazeneca e Pfizer.

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“Esse país, infelizmente, tem jogado a ciência na lata do lixo. Nosso objetivo é rapidamente vacinar toda a população, mesmo com a primeira dose já tem mostrado resultado. É um equívoco adiantar a segunda dose. Nosso país está atrasado nessa vacinação e tem colocado a população em dúvida da vacina, num jogo político, uma total bobagem”, desabafou.

A secretária ainda disse que não conseguiria avançar com a vacinação completa isoladamente. “A única vacina que a gente recebe primeira e segunda dose juntas é a Coronavac. A gente não recebe Pfizer, mesma coisa a Astrazeneca. A gente só consegue adiantar a segunda dose usando a primeira. Nós estamos cobrindo rigorosamente o calendário proposto pelo PNI [Plano Nacional de Imunização], sem sair da linha”.

Vacinação reduziu 74% óbitos entre idosos

Um levantamento realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba mostra os efeitos do avanço da vacinação contra a covid-19 na capital paranaense. Houve uma redução de 74% nos óbitos entre as pessoas com 60 anos ou mais, passando de 704 mortes em março deste ano para 186 em julho.

Os números de internamentos também acompanharam essa lógica, com uma queda de 77% no mesmo período e para a mesma faixa etária. Passaram de 1.594 para 365.

De acordo com o Centro de Epidemiologia da SMS, os dados já mostram os primeiros impactos da vacinação nesta parcela da população. Em março, apenas 52% das pessoas acima de 60 anos tinham a primeira dose. Em julho, já eram 98% com a primeira dose realizada. Em relação à segunda dose, em março, apenas 8% tinham a segunda dose. Em junho, 51%. Em julho, esse percentual subiu para 92%.  

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