O julgamento dos acusados de matar Ana Paula Campestrini,39 anos, em junho de 2021, tem início nesta quinta-feira (23), em Curitiba. O ex-marido da vítima, Wagner Oganauskas, e o amigo Marcos Antonio Ramon, estarão no banco dos réus. Ana foi morta a tiros quando chegava em casa com 14 disparos.
Na denúncia, proposta pela 1ª Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos contra a Vida, e com base nas investigações conduzidas pela Polícia Civil, o MPPR sustenta que a motivação do crime teria sido o fato de o ex-marido não aceitar o novo relacionamento mantido pela vítima, com uma mulher.
Conforme a denúncia, o acusado teria passado a “empreender diversos constrangimentos e problemas contra a vítima”, principalmente ao dificultar o livre acesso dela aos filhos do casal (executado por meio de alienação parental) e aos bens adquiridos na constância do casamento (ocultação de bens).
Ainda de acordo com a investigação, Wagner teria intencionalmente autorizado a emissão de carteirinha do clube Morgenau, do qual era presidente para que a mulher pudesse levar os filhos ao local. Também fez com que as câmeras de segurança do clube fossem desligadas, para que o autor dos disparos pudesse seguir a vítima dali até sua casa. Ainda de acordo com o MPPR, Wagner Oganauskas, pagou R$ 38 mil para Marcos Antonio Ramon a fim de matar Ana Paula.
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Em nota, a defesa de Oganauskas afirmou que o réu é inocente. “A acusação contra ele se baseia em narrativas forçadas e elementos circunstanciais, incapazes de sustentar uma condenação dentro de nosso direito processual”, relatou a equipe de trabalha para o ex-marido da vítima.
Já a defesa de Marcos Ramon informou que o cliente vai negar o ocorrido e que espera que “a justiça seja feita”.
Para Jeffrey Chiquini, assistente de acusação, diz que vai atuar para que o júri termine ainda nesta quinta-feira. “Vamos lutar para que esse júri seja rápido, porque não há qualquer dúvida de culpa e não há necessidade alguma para que esse júri se estenda para mais de um dia, pois a prova está facilmente demonstrada. O que cabe a nós é simplesmente mostrar aos jurados o que há no processo, nada além disso, e facilmente se convencerão da culpa dos acusados que está clara”, disse.
O crime de Ana Paula Campestrini
Dois homens foram presos na manhã do dia 24 de junho de 2021 suspeitos de envolvimento na morte de Ana Paula Campestrini Oganauskas, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A prisão dos homens, identificados como Wagner Cardeal Oganauskas, advogado presidente da Sociedade Morgenau, e Marcos Antônio Ramon, diretor do clube Morgenau, ocorreu em Curitiba. Wagner é ex-marido de Ana Paula, suspeito de ser mandante do crime.
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O crime, flagrado por câmeras de segurança, aconteceu de forma brutal, no momento em que a vítima estava chegando na residência em que morava. Ela foi abordada por um homem em uma motocicleta que disparou por diversas vezes contra o carro em que Ana Paula estava. “Está comprovado que o autor dos disparos perseguiu a vítima no trajeto até o local da morte”, disse a delegada Tathiana Guzella à imprensa na épica do crime.