Não vão sair!

Acampados na Assembleia, servidores encaram frio e incertezas na luta por reposição salarial

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.
Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Quatrocentos servidores públicos que passaram a noite dentro da Assembléia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico, tiveram o frio e a incerteza das próximas horas como obstáculos na madrugada desta quarta-feira (10). A categoria segue em greve para tentar melhorar a proposta publicada pelo governador Ratinho Júnior para a categoria.

“Foi tenso, pois ficamos aqui no frio e sem muita estrutura. Pensei na comodidade das autoridades do governo que estavam em suas casas e no bem bom. Quem realmente está preocupado com a educação é a gente que luta por melhores condições em todos os sentidos. Quem sente mais em ficar aqui são as pessoas idosas e de outras cidades longe de Curitiba, como a turma de Foz do Iguaçu, oeste do Estado”, disse Angélica Ripari, 31 anos, professora em Paranaguá.

Café da manhã nos corredores

Nos corredores da Assembleia, mesas serviram para o café da manhã dos servidores públicos. Frutas, pães, presunto e café ajudaram os manifestantes logo nas primeiras horas do dia. “Tome um café você também. O dia vai ser longo”, avisava uma senhora para a reportagem da Tribuna do Paraná.

Segurança

A segurança da própria Assembléia solicitou aos organizadores do movimento que alguns objetos de propriedade dos manifestantes sejam colocados em outros espaços ao invés dos balcões. Travesseiros, malas e mochilas poderiam ser arremessados em direção ao plenário da Assembléia. A sede dos deputados estaduais vai ter às 10 horas nova reunião e os grevistas prometem acompanhar a sessão.

“Ninguém sai”

A organização do movimento confirmou que nenhum manifestante irá deixar o local se o acordo não ocorrer. “Nós iremos permanecer e temos esta meta. Aguardaremos uma proposta decente do governo do Estado. Queremos sair e voltar a fazer o que mais gostamos da vida que é trabalhar”, ressaltou Nádia Brixner, diretora da APP Sindicato.

De braços cruzados

Em greve há 16 dias, os servidores “invadiram” as galerias da Assembleia Legislativa do Paraná nesta terça-feira (09), após se sentirem provocados pelo deputado Missionário Arruda (PSL), depois de uma fala sua em plenário em defesa da proposta de reajuste feita pelo Governo do Paraná.

Os grevistas fizeram um ato na manhã de ontem com servidores de todo o Paraná e acompanhavam a sessão do lado de fora. Quando Arruda falou, no entanto, o clima esquentou e deputados chegaram a ser impedidos de sair do prédio.

Depois que eles tomaram as galerias da Assembleia, cerca de 400 servidores resolveram dormir no prédio. Nesta manhã, a polícia segue fazendo um acompanhamento na casa.

O que diz o governo?

Em entrevista ao Bom dia Paraná, da RPC, o secretário de Comunicação Hudson José pediu ‘bom senso’ aos funcionários. “Não há uma negativa do governador em repassar um reajuste, mas há uma realidade e a função do governo é confrontar essa demanda com essa realidade. Temos um fluxo financeiro que não pode ultrapassar o limite constitucional do Tribunal de Contas. Temos que cumprir esse limite para atender esses funcionários e atender a lei. E temos essa proposta de trazer para janeiro 2%. Volto a insistir no bom senso e faço um apelo para que eles sentem a mesa de negociação para que a gente consiga chegar a um desfecho. A população é a grande prejudicada por conta desta paralisação”, disse.

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