Crime na RMC

16 anos após o crime, sete neonazistas vão a júri popular por assassinato de casal

Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Weachter Ferreira
Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Weachter Ferreira foram assassinados após uma festa que reuniu neonazistas em um chácara na zona rural do município da Região Metropolitana de Curitiba. Foto: Arquivo Pessoal.

Dezesseis anos após o crime, sete pessoas irão a júri popular a partir da próxima quinta-feira (20) no Fórum de Campina Grande do Sul. Os suspeitos, chamados de neonazistas, são acusados da morte de Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Weachter Ferreira, após uma festa que reuniu neonazistas em um chácara na zona rural do município da Região Metropolitana de Curitiba.

A investigação na época pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) desvendou um esquema criminoso feito por integrantes do movimento neonazista do Brasil por disputa de poder dentro do grupo. A apuração levou a prisão, o líder do grupo movimento e acusado de ser o mandante do crime Ricardo Barollo, em São Paulo. Outras cinco pessoas foram presas, em 2009, sendo que a operação policial se estendeu por São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde a arma do crime foi encontrada. Um segundo armamento foi encontrado no Parque Barigui, em Curitiba.

“Barollo seria a mandante do crime, já que em 2007, Bernardo se separou do movimento liderado por Barollo em todo o Brasil por conta de desentendimentos e agora Barollo queria colocar um novo líder no Paraná para retomar o controle. A festa, marcada para o dia 20 de abril, em comemoração ao aniversário de Hitler, seria uma oportunidade para que isto acontecesse”, explicou o delegado Francisco Caricati na época. Barollo chegou a ser preso em 2009.

Na sequência, os envolvidos foram libertados pela Justiça após decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Barollo chegou a ser preso novamente, mas dois dias depois conseguiu um novo habeas corpus. O grupo, segundo investigações da época, planejava mais assassinatos.

Em abril de 2011, os seis suspeitos participaram de uma audiência pública no Fórum de Campina Grande do Sul, mas desde então o júri popular vinha sendo adiado. Em abril de 2018, o caso foi denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Os julgamentos foram marcados para agosto e setembro do ano passado, mas foram novamente adiados.

Relembre o crime

O crime ocorreu no dia 21 de abril de 2009, prisões foram feitas, suspeitos chegaram a confessar a participação, mas todos foram colocados em liberdade. Bernardo Dayrell Pedroso estudava Direito em Minas Gerais e a Renata Weachter Ferreira, Arquitetura na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR).

O plano elaborado da morte foi estrategicamente pensado pelos autores do crime. Uma participante pediu para comprar cerveja e buscar o namorado em Curitiba. No retorno para a festa, eles teriam simulado uma briga e a mulher deixada em casa. Já na BR-476, o namorado da moça teria pedido para parar o carro, quando um outro veículo com dois ocupantes encapuzados, se aproximou. Eles atiraram na nunca de Bernardo e três vezes contra Renata. Os dois morreram no local.

Manda pra Tribuna!

Você conhece pessoas que fazem coisas incríveis, viu alguma irregularidade na sua região? Quer mandar uma foto, vídeo ou fazer uma denúncia? Entre em contato com a gente pelo WhatsApp dos Caçadores de Notícias, pelo número (41) 9 9683-9504. Ah, quando falar com a gente, conte sobre essa matéria aqui! 😉

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna