Curitiba quer erradicar analfabetismo

A Secretaria Municipal da Educação quer multiplicar o número de pessoas atendidas na Educação de Jovens e Adultos. Atualmente, três mil alunos freqüentam o curso em 117 escolas e outros 1.800 cursam a primeira etapa do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série) em locais alternativos como postos de saúde, associações de moradores, empresas, igrejas, etc. No ano passado, o atendimento chegou a 7.600 pessoas.

O número de alunos deve crescer ao longo do ano em função das ações de mobilização promovidas pela secretaria. "O censo de 2000 apontou a existência de 40 mil analfabetos em Curitiba", diz a secretária municipal da Educação, Eleonora Fruet. "A meta do prefeito Beto Richa é zerar o analfabetismo."

Eleonora explica que o município oferece condições para atingir um universo bem maior de pessoas e conta com a atuação dos núcleos regionais, escolas e comunidade para alcançar esta meta. "Existe espaço físico e disponibilidade de professores na rede municipal", afirma.

A secretaria tem parcerias com diversas entidades e estabelecimentos. Só a Secretaria Municipal da Saúde, por exemplo, cede 38 unidades para as aulas do EJA. Os agentes municipais de saúde também exercem papel importante, encaminhando alunos.

Com o Governo Federal, a Prefeitura atua no programa Brasil Alfabetizando, onde são ofertadas aulas em 17 locais. Além disso, existem convênios com empresas, com o sistema S – Senai, Sesi e Sesc, e ongs. "Queremos mobilizar a comunidade para atingir toda a população que não pôde ingressar ou completar a 4ª série do Ensino Fundamental. Quem conhecer alguém nessa situação, pode encaminhar para a escola municipal mais próxima", diz a gerente da EJA, Maria Lúcia S. Cavassin.

A secretaria também tem procurado abrir frentes de divulgação das vagas. Em breve, elas serão divulgadas em diversos locais, como ônibus e postos de saúde, por exemplo.

Vagas garantidas

Ninguém fica sem vaga no EJA. Embora nem todas as escolas ofertem esta modalidade, se houver demanda, qualquer uma pode abrir o curso.

Geralmente, as aulas são realizadas à noite. Em alguns casos, dependendo da procura e da disponibilidade de salas, podem ser ofertadas aulas também durante o dia.

Ao contrário do ensino regular, na Educação de Jovens e Adultos o aluno pode se matricular em qualquer época do ano. Basta ter 14 anos completos. Também não existe um prazo para a conclusão do curso. Em média, quem entra sem nenhum conhecimento do código lingüístico, demora de 6 a 8 meses para reconhecer as letras e ler pequenas palavras. O certificado de 4ª série é recebido, geralmente, em dois anos.

Todo o atendimento, do material ao planejamento das aulas, é especial para o aluno do EJA. O professor é capacitado para trabalhar com adultos. A aula é quase individualizada, já que é preciso aproveitar os níveis de conhecimento de cada um. Para dar a atenção especial que o curso exige, as classes não podem ter mais do que 25 alunos.

Além disso, nas escolas da rede municipal de ensino, o aluno do EJA desfruta de toda a infra-estrutura disponível no ensino regular. "As escolas oferecem material didático, laboratórios de informática, vídeos, profissionais capacitados e também lanche para os alunos", conta Maria Lúcia.

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