Renato Pedroso
Neste mesmo espaço e sob o mesmo título, há dois anos, publicava crônica, depois repetida, abordando a lastimável situação daquela que costumamos chamar de ?Cidade Sorriso?, vítima da desoladora poluição visual imposta pelos pichadores.
Volta a fazê-lo porque a cidade continua atingida pela sandice daqueles que não a respeitam e nem consideram e ainda porque, recentemente, o ínclito brasileiro José Ermírio de Moraes, pela imprensa local, sob a manchete ?Pichação e imundície contrariando a grandeza de São Paulo?, enfocava o problema assinalando, ao início, que, ?se há uma coisa que mais choca os que visitam a cidade de São Paulo é a quantidade de pichação espalhada pelas ruas, praças e prédios. Não há bairro que não exiba uma sujeirada indecente de pessoas que têm o prazer em depredar o patrimônio público e privado e ofender o senso estético da nossa cidade?.
Que dizer, então, de Curitiba, cujos muros, paredes e logradouros se encontram em tão lamentável estado?
Na calada da noite, quando o município repousa de um dia de cansativo labor, indivíduos inescrupulosos espalham a pichação, desrespeitando a propriedade pública e privada.
O clamor de Ermírio de Moraes merece eco, pois é muito triste constatar que a cidade onde moramos é vítima de tamanha desconsideração.
Afortunadamente, a nossa colenda Câmara Municipal aprovou lei, de n.º 11.368, estabelecendo a multa de 714 ufirs e a proibição dos infratores participarem de concursos públicos e, se forem menores, seus pais deverão ser responsabilizados, ainda, pela indenização das despesas e custas da restauração do imóvel.
Demais disso, urge que a Guarda Municipal e a Polícia Militar, em ação conjunta, patrulhem a metrópole, prendendo, em flagrantes malsinados pichadores.
Curitiba, cognominada de ?Coimbra Brasileira?, sede da mais antiga universidade do País e de outras tantas, afora inúmeras entidades culturais, e filantrópolis, que um dia foi chamada de ?Capital Americana da Cultura?, volte a conquistar o galardão de cidade mais limpa do Brasil, sorrindo novamente, como nos áureos tempos!
Luís Renato Pedroso – desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e vice-presidente do Movimento Pró-Paraná.
