O destaque que o Brasil apresenta na América Latina está chamando a atenção dos sul-coreanos. "Hoje a Coréia do Sul quer se instalar de forma agressiva no Brasil. E o Paraná e Curitiba são vistos com bons olhos", diz In Joo Lee, diretor do Small Business Corporation (SBC), órgão governamental sul-coreano que promove capacitação profissional, consultoria e faz financiamentos para as empresas daquele país em todo o mundo. O SBC já possui um escritório em São Paulo, mas agora pretende expandir sua atuação no Paraná e Minas Gerais.
Lee se reuniu na sexta-feira (30) com o presidente da Curitiba S.A., empresa responsável pelos projetos de desenvolvimento econômico do município, Juraci Barbosa Sobrinho, para falar de possíveis investimentos que podem ser feitos tanto no Brasil, como na Coréia do Sul. A reunião contou com a participação do diretor de marketing do SBC, Mathews Santos, e do diretor de Desenvolvimento Econômico da Curitiba S.A., Eduardo Marques Dias.
O diretor de marketing do SBC diz que o Brasil está no foco dos sul-coreanos, porque é país que mais cresce na América Latina e, por isso, não pode ser ignorado. China, Índia e Rússia também são os países onde os sul-coreanos mais investem.
Juraci diz que o SBC chega em Curitiba numa boa hora, quando a Curitiba S.A. passa por um processo de reformulação que busca manter contatos com instituições brasileiras e estrangeiras para a atração de investimentos para a cidade. "Nossa missão é promover o desenvolvimento econômico da Curitiba e temos como foco empresas não-poluentes que utilizam alta tecnologia", diz. Juraci lembrou que Curitiba possui uma mão-de-obra qualificada em virtude do número de universidades existentes no município.
Para Mathews Santos, a Coréia do Sul e o Paraná têm muitas afinidades, o que pode aproximar o comércio entre o país e o estado. "A Coréia é o maior exportador de produtos acabados. Já o Brasil é um país rico em insumos. Por isso, a Coréia tem interesse em trazer para cá equipamentos que possam processar esses grãos", diz.
Os sul-coreanos também vêem o setor têxtil paranaense como um grande negócio, já que a Coréia produz máquinas de última geração para malharias. Outro setor de interesse é o de produtos orgânicos, produzido em larga escala no Paraná e muito consumido na Coréia.