Curitiba atingiu uma cobertura de 96,9% na primeira etapa da campanha de vacinação contra a pólio, encerrada na última sexta-feira (17). Foram vacinadas no município 131.754 crianças menores de cinco anos. A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é vacinar em cada fase da campanha pelo menos 95% da população alvo.
Em 2004, foram vacinadas em Curitiba, na primeira fase, 136.069 crianças; em agosto, 123.701, uma cobertura vacinal de 100,4% e 91% respectivamente. O Brasil não registra casos de poliomielite há 15 anos. No Paraná, o último caso ocorreu em 1986. Na capital, não ocorrem casos há 20 anos.
As campanhas nacionais de vacinação ocorrem no Brasil há 25 anos. Mesmo sem casos de pólio, o país mantém a vacinação em massa, para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite. A segunda etapa da vacinação de 2005 está marcada para 20 de agosto.
Para a fase de agosto, Curitiba adotará uma nova estratégia: o período de vacinação, que sempre ocorre das 8h às 17 h, será ampliado em uma hora. Os pais terão até 18h para vacinarem seus filhos. "Decidimos ampliar o horário porque percebemos a grande procura pelos postos de vacinação ao final da tarde", diz o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo Neto.
Como a pólio não está erradicada em países como Índia, Nigéria, Paquistão, Egito, Afeganistão e Niger, persiste a ameaça de reintrodução do vírus no país. "Com o fluxo de viajantes internacionais, é evidente o risco da reintrodução do vírus. Por isso, é preciso manter as campanhas nacionais e a vacinação de rotina, com altas coberturas", diz o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo Neto.
A diretora do Centro de Epidemiologia, Karin Luhm, explica que a pólio é erradicada quando o poliovírus não encontra mais seu hospedeiro humano, o que ocorre com a vacinação. "As campanhas são importantes porque vacinam em massa uma parcela definida da população, crianças menores de cinco anos, num espaço limitado de tempo, permitindo uma maior cobertura vacinal", afirma.