Cúpula peemedebista comemora derrotas do “PMDB do B”

São Paulo – A despeito das surpresas negativas que as urnas reservaram a candidatos do PMDB em todo o País, a cúpula partidária fez sua contabilidade política e concluiu que, até nas derrotas, há mais razões para comemorar do que para lamentar.

A razão principal desta avaliação positiva decorre da constatação de que o chamado “PMDB do B”, também conhecido no partido como a turma do contra, que sempre inferniza a vida do comando nacional, foi praticamente dizimada pelas urnas.

Uma boa notícia, por tabela, para o candidato tucano a presidente, senador José Serra (SP) – a melhor notícia desde que Serra articulou a composição da chapa presidencial com a musa da ala rebelde, deputada Rita Camata (ES). Motivo: o fracasso eleitoral dos rebeldes enfraquece de vez a oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso e ao candidato governista a presidente dentro do PMDB, além de, naturalmente, reforçar a hegemonia da direção serrista.

Em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia não só perdeu a chance de se eleger senador como ainda arrastou para a derrota o deputado Marcelo Barbieri, que sempre encabeçou a lista dos rebeldes que dão enorme trabalho ao grupo do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP).

No caso específico de Quércia, a derrota pode livrar Temer de incômodo pior do que uma pedra no sapato em plena campanha. Foi assim nesta batalha para manter sua vaga na Câmara, quando o presidente do partido foi simplesmente alijado do horário eleitoral que coube ao PMDB paulista.

Língua mais ferina da ala rebelde do Senado, Roberto Requião (PMDB-PR) corre o risco de ter de redobrar o cuidado com palavras e ações políticas para não padecer com o próprio veneno. Como as urnas lhe reservaram um segundo turno na corrida pelo governo do Paraná contra o senador Álvaro Dias (PDT), Requião depende agora da boa vontade da cúpula serrista do partido. Isto, é claro, se quiser articular o apoio do terceiro colocado na disputa local, o tucano Beto Richa.

Da mesma forma, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) volta cabisbaixo ao Senado depois do fracasso eleitoral. Além de perder para o tucano Marconi Perillo a eleição para governador de Goiás, Maguito retorna a Brasília sem seus dois mais ilustres companheiros de luta: os senadores Iris Rezende e Mauro Miranda, ambos derrotados no projeto da reeleição.

Como esta cúpula goiana estava atrelada ao PT no Estado, a direção nacional agora fica livre para articular o apoio da regional a Serra. Pior sorte teve o senador Casildo Maldaner (SC), que recentemente rompeu com a cúpula partidária e declarou apoio a Luiz Inácio Lula da Silva em nome da seção catarinense do PMDB. Abertas as urnas deste domingo, Maldaner acabou reduzido à condição de lanterninha na briga pela reeleição.

Outro que levou uma sova das urnas foi o vice-governador de Minas, Newton Cardoso. Líder rebelde mais ruidoso no Estado, Newtão perdeu não apenas o governo estadual para o tucano Aécio Neves. Com a força política da presidência da Câmara ampliada pela vitória em primeiro turno na corrida estadual, Aécio acabou conquistando vários liderados do adversário mineiro.

É o caso do deputado Hélio Costa (PMDB), recém-eleito para o Senado, que encerrou sua campanha brigando para derrubar o veto do governador Itamar Franco (sem partido), só para ter o gosto de subir no palanque de Aécio.

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