Começa hoje, em Brasília, a Reunião de Cúpula da América do Sul e dos Países Árabes, o maior evento programado pelo governo brasileiro até o momento. Mesmo com a ausência dos mais importantes líderes do mundo árabe, bem como o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, reduzindo até certo ponto a relevância do encontro, ele será benéfico.
Cooperação das economias em desenvolvimento, estratégia Sul-Sul e estímulo das alianças possíveis entre as regiões em foros internacionais – entre outros temas – integram a pauta de discussões que devem se prolongar até amanhã.
Temas ligados à ciência e tecnologia, tais como irrigação e combate à desertificação, problemas comuns à maioria dos países representados, também devem pontificar nas reuniões conjuntas de chefes de Estado e altos funcionários internacionais.
Do ponto de vista diplomático, segundo entendimentos previamente acordados, a grande conquista será a criação, no Oriente Médio, de uma área livre de armamentos de destruição em massa, a exemplo da própria América do Sul. Os obstáculos atuais continuam sendo Israel, que detém armas nucleares, e o Irã, que anunciou ter um programa em desenvolvimento para fins pacíficos.
Também o terrorismo está entre os itens de abordagem obrigatória, aliás, um assunto polêmico no subcontinente. Esse poderá ser o grande vazio da cúpula, sobretudo pela ausência do presidente colombiano Álvaro Uribe, e porque o Brasil não considera as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) uma organização terrorista.
O evento oferece também aos líderes sul-americanos a oportunidade de aproximar-se do mundo árabe, cujo volume atual de importações atinge US$ 1 trilhão. Os países árabes formam um mercado aberto a todos os tipos de produtos, com exíguas exceções. Mais de 600 empresários dos países participantes estarão em Brasília e muita conversa vai rolar entre eles.
