Sempre aconteceu e não é agora que vai mudar, fase em que recrudesce o repúdio ao domínio político e econômico exercido pelos Estados Unidos sobre os países pobres e em desenvolvimento.
Portanto, a presença do presidente George W. Bush em Mar del Plata, hoje e amanhã, para a 4.ª Cúpula dos Povos da América, será alvo de intensas manifestações populares. Manifestações das quais o presidente Hugo Chávez foi aconselhado a se retirar, para preservar o mínimo da pompa diplomática de eventos do tipo. Presidentes de 33 países do continente estarão presentes.
Trens foram incendiados na Grande Buenos Aires e as tradicionais passeatas de desempregados encheram ruas próximas à Casa Rosada. Não importa que o presidente Néstor Kirchner se esforce para garantir que isso nada tem a ver com Bush.
Ora, o presidente perde seu latim, mesmo porque na Argentina (e na imprensa mundial) não há espaço para velhinhas de Taubaté, desde os tempos malditos da ditadura substituídas pelas aguerridas mães da Praça de Maio, elas sim, símbolo da capacidade de resistência da legítima cidadania.
Jamais se viu esquema de segurança tal como o armado em Mar del Plata para garantir a saúde do presidente norte-americano. O aparato repete-se em Brasília, onde Bush passa menos de 24 horas ao voltar da Argentina. Se ele despertasse sentimentos de apreço, o povo iria às ruas apenas para ovacioná-lo.
