Cúpula chega ao fim sem garantir fundos para a inclusão digital

Os diplomatas de países africanos pressionaram, mas não conseguiram aprovar a criação de uma taxa sobre a venda de computadores para financiar a inclusão digital. A declaração final da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (CMSI) reconhece a importância de um fundo internacional, mas diz que as contribuições devem ser voluntárias e que cabe aos governos criar condições para investimentos privados no setor.

"Está claro que o setor privado não pode resolver todos os nossos problemas", protestou o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, em entrevista coletiva à imprensa. Segundo ele, os países africanos já criaram condições favoráveis para que o setor privado investisse na região. Mesmo assim, apenas 1% dos africanos tem acesso à internet. Falta infra-estrutura na área de telefonia e os custos dos aparelhos e das ligações ainda são proibitivos para a maioria.

Abdoulaye Wade foi quem iniciou os esforços para a criação do chamado Fundo de Solidariedade Digital na primera fase da CMSI, realizada em Genebra em 2003. Ele também propôs a criação de um imposto de 1% sobre o preço de todos os computadores vendidos mundo afora. O dinheiro seria utilizado para financiar projetos de inclusão digital nos países mais necessitados.

O fundo acabou sendo criado em agosto de 2004. Mas é voluntário e, atá agora, só conseguiu arrecadar cerca de R$ 18 milhões. A maioria das doações veio dos próprios países africanos.

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