O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cumprindo com rigorosa meticulosidade as razões de sua existência, nem sempre pode mostrar números exitosos sobre o desempenho da economia e seus resultados correlatos na vida da sociedade brasileira.
Foi o que aconteceu com a apresentação do retrato sem retoques dos gastos públicos no setor cultural. De acordo com os registros do Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2003-2005, mostrados recentemente pela imprensa, a cultura recebeu mirrado 0,20% de todo o dinheiro gasto pelos governos municipais, estaduais e federal.
No cômputo geral, a área cultural do País recebeu no período averiguado, para custear todas as ações desenvolvidas no território nacional, a importância de R$ 3,1 bilhões. Diante desse cenário verdadeiramente desanimador, a conclusão dos técnicos é que a cultura brasileira se transformou, em definitivo, numa atividade de interesse quase exclusivo da iniciativa privada.
Os estados que mais dinheiro aplicaram na área cultural, em 2005, foram São Paulo e Bahia. No plano inverso, Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Sul foram os que mais restringiram os gastos culturais.
Infelizmente, o noticiário não trouxe quaisquer informações suficientes para lançar sequer uma centelha de luz sobre a participação do governo paranaense no fomento das atividades culturais, ao que parece restritas às atividades da Orquestra Sinfônica do Paraná e às realizações do Museu Oscar Niemeyer.
Como em outros setores do governo, a cultura padece da moléstia do engessamento.