Cuba apresenta projeto social e pede fim do embargo no FSM

Os participantes do Fórum Social Mundial (FSM) de Porto Alegre, que começará nesta quinta-feira na cidade brasileira, conhecerão a verdade do projeto social desenvolvido em Cuba desde 1959.

Cerca de 144 representantes dos trabalhadores, estudantes, artistas, intelectuais e esportistas, irão a Porto Alegre para participar do evento.

Denúncia

José Ramón Balaguer, membro da direção política do Partido Comunista de Cuba, declarou que o FSM será um evento histórico e muito importante para a integração latino-americana.

Balaguer preside a delegação cubana que viajou ao Brasil para se somar às 100 mil pessoas acreditadas procedentes de todas partes do mundo.

?Esperamos que o FSM se constitua em forte denúncia contra o neoliberalismo e o projeto norte-americano da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), previsto para ser implementado em 2005?, indicou.

?A comitiva cubana apresentará nossos projetos e programas em matéria de saúde e educação, defenderá também os interesses do povo venezuelano, expressados em seu presidente Hugo Chávez, que está envolvido em uma gigantesca agressão da direita fascista e golpista?. 

“Combateremos e expressaremos nossa solidariedade com a Venezuela e com o governo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores (PT)?, reiterou.

Fim do embargo e das leis

No encontro, a bancada cubana também exigirá o fim do embargo econômico imposto por Washington ao país há mais de 40 anos, das leis Torricelli (1992), Helms-Burton (1996) e do Ajuste Cubano (1966), esta última considerada como o principal estímulo da emigração ilegal aos Estados Unidos, privilegiando com vistos de residência e trabalho, os cubanos que cheguem aos EUA utilizando qualquer meio.

Pedro Ross, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba, disse que ?o FSM constitui um espaço para expressar as opiniões, critérios e aspirações dos trabalhadores, que são os encarregados de materializar os sonhos dos seres humanos?.

“Teremos o direito de dizer o que queremos e como teremos que viver diante do que nos querem impor: a globalização neoliberal, injusta e excludente?, afirmou.

Para Hassan Pérez, presidente da Federação Estudantil Universitária (FEU) de Cuba, Porto Alegre ?é o principal cenário da luta dos movimentos progressistas do mundo?.

Abel Prieto, ministro cubano de Cultura, afirmou que o FSM será uma reunião histórica ?onde todos poderão olhar de perto a realidade pela qual lutamos?.

A Dra. Aleida Guevara, filha do guerrilheiro cubano-argentino Ernesto Che Guevara, ressaltou a necessidade de realizar ?uma mudança radical entre nossos povos? e levar serviços de saúde aos menos favorecidos.

?Para haver uma medicina social é necessário uma revolução social, como dizia o Che?, apontou.

Sergio Corrieri, presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), assinalou que sua organização levará ao encontro ?o expediente de solidariedade?.

O reverendo Raúl Suárez, diretor do Centro Martin Luther King Jr., destacou o alto potencial político das comunidades eclesiais de base no Brasil, onde existe um sacerdócio, de maneira geral, progressista.

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