Os serviços de resgate da Cruz Vermelha recuperaram mais de cem cadáveres nos desde o início da trégua, na segunda-feira, em diferentes pontos do Líbano, muitos deles em avançado estado de decomposição, informou a organização humanitária. As equipes de resgate ainda não conseguiram chegar a todos os povoados, especialmente os mais próximos da fronteira com Israel, onde as tropas israelenses estão acantonadas.
Nos bairros do sul de Beirute, os mais castigados pelos bombardeios à capital, os corpos de 13 pessoas – entre elas 7 crianças e 1 bebê – estavam nos escombros de prédios destruídos no bairro de Rueis no domingo, na véspera da suspensão dos confrontos.
Em várias ocasiões durante o conflito, os responsáveis de saúde libaneses reclamaram do perigo de tentar resgatar os cadáveres das áreas que estavam sendo atacadas, por isso espera-se que o número de mortos aumente à medida que os escombros sejam retirados.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou nesta quarta-feira (16) que apesar de a trégua ter facilitado o acesso aos povoados do sul do Líbano, a situação da zona continua sendo perigosa e requer extrema precaução, por causa da presença de militares israelenses e de resíduos explosivos. Os trabalhadores de ajuda humanitária são obrigados a caminhar lentamente a fim de se esquivar das bombas sem explodir no sul do Líbano para poder entregar alimento e combustível para geradores e retirar os feridos. Eles também ajudaram a reparar várias bombas de água e a central elétrica da cidade de Tiro.
Funcionários da Cruz Vermelha libanesa conseguiram chegar às localidades de Marjayoun, Deir el-Ahmar e o Vale de Jula onde distribuíram combustível e alimento para a população. A CICV planeja oferecer serviços médicos até o fim do ano para 650 mil pessoas e alimentos para 200 mil.