No dia 16 de setembro de 2003, foi absolvido de todas as acusações, pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná, o cirurgião Artur Zanellato, segundo informou o presidente do CRM, Salim Emed. Durante dois anos e meio, foram ouvidas várias testemunhas, além dos próprios envolvidos (médico e paciente). Ao processo foram juntados pareceres de professores de cirurgia submetidos a apreciação de dezessete conselheiros do CRM, todos médicos experientes em suas especialidades. Não restaram dúvidas de que a atuação do médico foi impecável.
A paciente apresentava um quadro grave de aderências devidas a várias cirurgias a que foi submetida antes de procurar Artur Zanellato. Na tentativa de melhorar o já precário estado de saúde da doente, foi indicada nova cirurgia. Por infelicidade, a doença foi traiçoeira e voltou semanas seguintes, evoluindo com complicações sérias. Diante de um quadro de iminente risco quanto a sua vida, o médico permaneceu com os cuidados constantes e conseguiu recuperar a vida da doente, mesmo após quatro paradas cardíacas no pós-operatório. Devido a severidade das várias complicações do estado de saúde, restou a paciente seqüelas inevitáveis, que podem ocorrer com qualquer pessoa acometida de doença grave. Com carinho e humanidade, demonstrando grande respeito pela paciente o seu médico assistente lhe tratou após a alta hospitalar durante seis meses, visando melhorar seu estado de saúde, preparando-a para uma futura cirurgia plástica, a ser realizada pela competente equipe do Hospital do Trabalhador, subsidiada pelo SUS, porém, rejeitada pela paciente. Entretanto, devido a demora na recuperação a doente procurou esclarecimentos, por julgar que teria ocorrido erro médico. Após o julgamento, ficou completamente esclarecido que algumas doenças tem formas bizarras e que o tratamento adequado pode salvar a vida, porém pode também deixar seqüelas indesejáveis. Mesmo tendo salvado a vida do doente em diversas ocasiões, o médico sofreu as acusações em público, mas prestados os devidos esclarecimentos à comunidade médica, recupera o conceito com as pessoas leigas que do médico duvidavam, por desconhecimento dos verdadeiros atos e fatos.
Hugo Zanellato
é advogado em Curitiba.