O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, avaliou que o critério econômico pesou no resultado da pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira (29), e bastante favorável à reeleição do presidente Lula. Segundo ele, os ganhos macroeconômicos superam os problemas gerados no governo a partir de envolvimento de funcionários em esquemas de corrupção.
Ele citou como ganhos econômicos considerados pelos entrevistados o aumento da geração de emprego, a estabilidade da moeda, um declínio de preços básicos, como cimento e cesta básica, a correção do valor do salário mínimo acima da inflação e os programas sociais do governo. "Essas questões se sobrepõem, aos problemas éticos", disse Guedes.
O diretor do Instituto também avaliou o aumento da rejeição da candidata Heloísa Helena, que subiu de 41,7% na pesquisa realizada entre 1º e 4 de agosto, para 50,1% na pesquisa divulgada hoje. Segundo Guedes, o aumento de rejeição está ligado a um maior conhecimento do eleitorado a partir do início da propaganda eleitoral no rádio e TV. "O programa eleitoral mostra uma esquerda mais radical, mais intransigente e mais arcaica", disse.
Antecipando possíveis críticas ao resultado da pesquisa, Guedes garantiu que a pesquisa segue os parâmetros técnicos recomendados. "Posso lhes garantir que estamos com as proporções corretas", disse ele, se referindo ao porcentual de entrevistados nas áreas urbana e rural, por faixa etária e por nível educacional.
Guedes também destacou que o resultado da pesquisa CNT/Sensus está muito próximo ao de outros institutos, como o Ibope, e garantiu que nas últimas eleições as pesquisas do instituto estiveram dentro da margem de erro. A pesquisa é constantemente contestada pelo PSDB, que acusa o instituto de favorecer o governo. Na última pesquisa, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM) subiu a tribuna para criticar o resultado do levantamento.
A pesquisa CNT/Sensus ouviu, ente os dias 22 a 25 de agosto, 2 mil pessoas em 24 estados brasileiros. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.