Brasília – O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), primeiro ministro da Educação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, atribuiu ao próprio presidente da República e ao governo o atraso na implantação do Fundo de Valorização da Educação Básica (Fundeb). "Entreguei o projeto ao presidente Lula no dia 15 de dezembro de 2003. Ele levou quase dois anos para mandá-lo ao Congresso. E agora vem dizer que o Congresso é que atrasa o Fundeb?", atacou Cristovam.
Na quarta-feira (28), durante cerimônia de liberação de mais de R$ 266,5 milhões para universidades de todo o País, Lula fez um apelo ao Congresso para que aprove o Fundeb em janeiro, antes do Orçamento da União, e atacou os partidos oposicionistas que, a seu ver, ao não votar o projeto de emenda constitucional, não prejudicam o presidente da República, mas as crianças. Lula disse ainda que não acreditava que deputados e senadores tivessem em mente prejudicar as crianças apenas "pelas questões menores da política nacional ou porque o ano que vem é eleitoral".
O líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP) também responsabilizou o presidente Lula e o governo pela demora na aprovação do Fundeb. "O presidente demorou dois anos e meio para enviar o projeto ao Congresso e agora quer responsabilizar os parlamentares pelo atraso? Isso só pode significar alienação de quem não sabe o que se passa ao seu redor. Ou, então, que é mal intencionado. Na verdade, acho que é um pouco das duas coisas", disse Goldman.
Para o líder tucano, Lula está montando o discurso de campanha. "Ele vai dizer que não faz nada porque recebeu uma herança maldita do governo anterior – o que não é verdade – ou porque o Congresso o boicotou, o que também não é verdade. Está claro o seu discurso", disse Goldman.
Cristovam Buarque, que foi ministro da Educação de Lula no primeiro ano de governo e que hoje está na oposição, disse que seu projeto de criação do Fundeb era muito melhor do que o apresentado pelo governo. "Eu previa investimentos de R$ 7 bilhões. O do presidente Lula é de R$ 4,5 bilhões em quatro anos com liberação de apenas R$ 1,3 bilhão no primeiro". Cristovam disse que não entende as razões do presidente para engavetar seu projeto durante quase dois anos.
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