Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, o candidato pelo PDT à Presidência da República, Cristovam Buarque propõe pelo menos quatro medidas para diminuir a corrupção no País: tratar a corrupção como crime hediondo, parar de chamar o crime de corrupção e substituir a expressão por roubo, ocupar os cargas de direção no serviço público por concursados e acabar com a reeleição até para a Câmara e o Senado.

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"A reeleição é um instrumento que induz a corrupção para viabilizar o segundo mandato. Eu proponho acabar com a eleição mais de uma vez para o senador e só duas vezes para o deputado", disse o candidato. Para Cristovam Buarque, o bom governo é aquele que mesmo tendo ladrões não consegue roubar. Mas ressaltou que vai fazer do Brasil um país ético é a revolução da educação. "Dizem que eu tenho uma nota só. Mas é porque pela educação passa tudo", afirmou Cristovam, referindo-se ao seu principal tema de campanha, a educação.

Cristovam condenou a manifestação de artistas em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar dos escândalos dentro do governo e do PT."Cada vez que ouço uma notícia dessas eu não comemoro, porque respinga em nós. Por que o Lula ainda está na pesquisa até hoje? Porque eu acho que o povo está dizendo que é todo mundo igual. Antes se dizia rouba mas faz, agora se diz rouba, mas é um dos nossos, e fica tudo igual! Eu não comemoro essa tragédia, mesmo que eu viesse a ter proveito eleitoral. Eu acho isso lamentável", declarou.

Sobre a onda de escândalos envolvendo o PT, Cristovam disse que nem ele, quando esteve no PT e nem 99% dos militantes da legenda sabiam do que está acontecendo dentro do partido. "O que me incomoda no PT de hoje é que ele se acomodou. Você não vê um militante do PT contestar contra o fato de que seus companheiros estão fazendo essas coisas, como se acomodou também com um governo que não é mais transformador. O PT é um partido que se acomodou", afirmou Buarque.

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O candidato disse também que é positivo para a sua campanha o fato do candidato a vice na chapa, senador Jefferson Peres, ter manifestado na tribuna seu descontentamento com a política e o desejo de não voltar mais à disputa eleitoral, depois do término de seu mandato no Senado. "Eu acho isso positivo para campanha ter um vice que assume, como o povo inteiro neste país, que está desencantado. Nós estamos desencantados", afirmou. "Eu tenho certeza que esse sentimento dele vai reorientar, vai lutar ainda mais por um país decente", afirmou Buarque.

Se eleito, Cristovam Buarque disse que pensa em diminuir 10 ministérios e criar um. Ele não quis, no entanto, afirmar quais ministérios ele pretende acabar. "Por exemplo, a gente precisa negociar antes de fazer, juntar ministérios que cuidam de minorias em um só ministério que cuida do povo brasileiro", afirmou. Cristovam disse, porém, que vai fechar o ministério da Integração Nacional. "Tem muitos ministérios para cuidar das mulheres, dos negros. Por que não juntar um único sobre direito do povo brasileiro?", questionou. "O que o País não agüenta mais é o tamanho do estado improdutivo", afirmou.

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