O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse hoje ser contra a participação do seu partido em um eventual governo de coalizão. Apesar de não discordar com a conversa que os dirigentes pedetistas terão com o presidente Lula na próxima terça-feira, Cristovam disse que não participará desse encontro, mas antecipou sua posição, em discurso no plenário, ao alertar que a coalizão é um risco para a democracia. "Isso anula a oposição e sem oposição não existe democracia", afirmou.

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O senador receia, inclusive, que o presidente tente uma manobra para conseguir um terceiro mandato, com o apoio de todos os partidos. O caminho para isso, segundo ele, seria aprovar o fim da reeleição, no Congresso, e recorrer à Justiça para que ele tenha o direito de também se candidatar, como se fosse pela primeira vez. "Acho que o Lula está querendo a unanimidade dos partidos e isso não é bom". Cristovam afirmou ser favorável ao diálogo com o presidente e que considera isso positivo. No entanto reconhece que o PDT pode colaborar com o país de outra forma. "Não estamos em guerra contra um outro país. Estamos em guerra é com a desigualdade e com o atraso".

Ele disse que acha muito difícil que o diretório nacional do partido venha a tomar qualquer decisão de apoio. Na avaliação de Cristovam, Lula estaria na verdade cooptando com a oposição. "Quem coopta se beneficia da fragilidade do outro". Ele lembrou que quando foi governador do Distrito Federal ele achou importante ter uma oposição. "Claro que para o presidente da República é melhor ser ditador. Mas isso não é bom para a democracia, que precisa de oposição", repetiu.

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