O senador e ex-ministro da Educação no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou nesta terça-feira (1.º) o comportamento das centrais sindicais que, no seu entender, é de acomodação em relação ao governo federal. Buarque lamentou que esse comportamento se estenda aos próprios partidos de esquerda. "Precisamos avermelhar o 1º de Maio, pois ele está amarelando", ironizou, em entrevista concedida na praça Campo de Bagatelle, onde participou das comemorações do Dia do Trabalho promovidas pela Força Sindical. Buarque anunciou vai propor amanhã uma greve geral de uma hora em defesa da educação.

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O secretário Estadual de Emprego e Relação de Trabalho, Guilherme Afif Domingos, também criticou a acomodação das centrais sindicais com o governo Lula. "Temos que ter uma pitada de senso crítico para evitar a idéia de pensamento único, que é muito ruim para o País", argumentou.

Indagado sobre a escolha do meio ambiente como tema principal das comemorações da Força Sindical, Afif aprovou a decisão. "O meio ambiente é uma preocupação", ressaltou. No entanto, ele ponderou que as bandeiras dos anos anteriores, como redução de impostos e mais empregos devem continuar conduzindo a luta dos trabalhadores.

Afif voltou a criticar a condução da política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o País não tem crescido na proporção suficiente para gerar novos empregos. "Temos hoje uma grande preocupação, porque tudo que tem sido feito é insuficiente para debelar um problema muito sério, que é a questão do desemprego na juventude", afirmou. Por isso, defendeu a continuidade da queda de juros e pediu redução de impostos. "Precisamos efetivamente baixar os juros e baixar impostos para deixar a economia se desenvolver", declarou. Ele classificou como "um grande problema", os elevados encargos sobre a folha de pagamentos. "Esses encargos levam à informalidade 57% da População Economicamente Ativa (PEA).

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Além de Cristovam e Afif, também estiveram na praça Campos de Bagatelle, na zona norte da capital, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP).