Cristovam ameaça deixar Comissão de Relações Exteriores

Em solidariedade aos petistas que assinaram o pedido de abertura da CPI dos
Correios, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) ameaçou hoje (27) entregar o cargo
de presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado caso o comando do PT
insista em punir seus colegas rebeldes. "Eu me ponho ao lado dos meus
companheiros", disse Cristovam, em discurso da tribuna do Senado. Ex-ministro da
Educação do governo Lula, Cristovam sempre defendeu a CPI, mas acatou a
recomendação da maioria da bancada petista no Senado de não subscrever o
requerimento de CPI.

O senador disse que, pelo estatuto do PT, não cabe
nenhuma punição aos dissidentes petistas, já que o diretório nacional apenas
recomendou que os parlamentares não apoiassem a instalação da Comissão
Parlamentar de Inquérito. "Não houve determinação. Se alguém for punido, por
força de Zé Dirceu, eu também tenho de ser punido, porque eu sempre me
posicionei a favor da CPI dos Correios. Eu apenas não assinei em respeito à
posição majoritária da bancada do Senado."

Na última reunião da bancada,
na quarta-feira, o ex-ministro foi voto vencido ao defender apoio à CPI. No
encontro comandado pelos líderes petistas Delcídio Amaral (MS) e Aloizio
Mercadante (SP), seis senadores manifestaram-se a favor da CPI e sete votaram
contra a comissão de inquérito no Congresso. Apesar de se solidarizar com os 15
parlamentares ameaçados de punição pelo apoio formal à CPI, Cristovam não poupou
de críticas o senador Eduardo Suplicy (SP). Para ele, o senador de São Paulo
"quis aparecer" ao romper com um acordo fechado com um grupo de cinco senadores
petistas – Paulo Paim (RS), Serys Slhessarenko (MT), Flávio Arns (PR)e Ana Júlia
Carepa (PA). Apesar da posição majoritária da bancada, os seis haviam decidido
assinar o requerimento de abertura da CPI, caso sua instalação fosse
irreversível.

O combinado entre os seis era encaminhar as assinaturas de
apoio pouco antes da meia-noite de quarta-feira. Isto porque apenas naquele
momento a secretaria-geral do Congresso iria confirmar se estava mantido o
número regimental para o início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de
Inquérito. Suplicy não cumpriu o combinado e assinou o pedido de CPI às
20h.

Segundo Cristovam, seu colega não conseguiu resistir às pressões dos
eleitores. "Como eu já fui governador e tive de tomar decisões radicais, como
destacar policiais para reprimir manifestantes, estou acostumado com as
pressões", afirmou.

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