O agravamento da crise no setor levou a Aeronáutica a substituir o comandante do centro de controle aéreo de Brasília (Cindacta-1), coronel Lúcio Nei Rivera. Desde esta terça-feira (14) o posto é ocupado pelo coronel Carlos Vuyk de Aquino. O objetivo da troca, segundo militares, é dar uma resposta à sociedade e, ao mesmo tempo, poupar o coronel Rivera das duras críticas que vinha sofrendo há duas semanas, desde o apagão aéreo. Nos próximos dias ele assumirá a GM-5, assessoria do comandante da Aeronáutica para assuntos relativos ao controle de tráfego aéreo.

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A escolha do novo comandante do Cindacta-1 foi um consenso do alto escalão da Força Aérea Brasileira (FAB). Entre 2004 e 2005, biênio em que chefiou o Cindacta-2, em Curitiba, o coronel Aquino mostrou habilidade para contornar uma crise semelhante à vivida hoje em Brasília. "Além de ter outro estilo gerencial, mais adequado às demandas militares, ele chegará com um foco mais definido", diz um analista do setor aéreo. Antes de assumir o posto, o coronel Aquino comandava a Defesa Aérea, órgão atrelado ao Cindacta-1, cuja função é monitorar apenas os vôos das aeronaves militares.

A apresentação do novo comandante foi feita na tarde de ontem, durante a convocação de emergência feita pela Aeronáutica. Os controladores de vôo aproveitaram a ocasião para expor os motivos da insatisfação da categoria. "Eles não fizeram reivindicações trabalhistas nem de salário. Disseram apenas que se sentiam desprestigiados, pois suas sugestões não eram levadas em conta pelo antigo comando", disse o procurador Giovanni Rattacaso, do Ministério Público Militar, designado para acompanhar o desenrolar da crise.

O coronel Aquino se comprometeu a ouvir as sugestões dos controladores e selou com eles um "compromisso de cooperação". Para tentar minimizar os efeitos políticos do aquartelamento, o novo comandante e todos os oficiais do Cindacta-1 também decidiram dormir ontem no quartel. "O estilo dos dois coronéis é muito parecido. A postura da Aeronáutica foi a mesma de um clube de futebol, que precisa trocar o técnico quando o time está perdendo", diz um especialista em controle de tráfego aéreo. O coronel Rivera estava à frente do Cindacta-1 desde janeiro deste ano. Antes, havia chefiado o setor operacional do centro de controle de Brasília.

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