A crise da febre aftosa que atingiu o Paraná há 16 meses e isolou o Estado do mercado internacional provocou o fechamento de mais uma unidade exportadora. O Frigorífico Garantia, em Maringá, a 400 quilômetros de Curitiba, que antes da crise tinha capacidade para abater 1,4 mil animais/dia e era o maior exportador de carnes do Paraná, demitiu 800 funcionários e fechou ontem. Nos últimos meses, o frigorífico abatia 300 animais/dia, volume para abastecer apenas o mercado interno.

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O anúncio do fechamento do Garantia aconteceu no mesmo dia em que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes anunciou, na abertura da 47ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, a necessidade de fortalecer a segurança animal nas fronteiras com Argentina, Paraguai e Bolívia, o que exigirá um investimento adicional do governo federal de R$ 80 milhões anuais. "Isso será necessário, mesmo que tenhamos de transferir recursos de outros projetos".

Em entrevista à Rádio CBN de Maringá, o advogado Marcos Rodrigo de Oliveira disse que, se a crise passar, os funcionários serão readmitidos e o fechamento do frigorífico, que mantém unidades no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, foi a única saída para o momento. "Esperamos que essa situação mude e então os trabalhadores demitidos serão chamados novamente", disse.

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Desde o anúncio do surgimento da doença, no final de 2005 – ainda não confirmada na região e que provocou o embargo da carne paranaense para a União Européia, principal comprador -, o frigorífico utilizava apenas 10% da sua capacidade e havia demitido 600 colaboradores anteriormente. Segundo o Sindicato das Indústrias de Carne do Paraná (Sindicarnes), desde outubro de 2005 o Paraná deixou de exportar cerca de US$ 400 milhões.