A chuva atrapalhou as duas equipes, mas principalmente o Fortaleza, que não conseguiu impor seu toque de bola. Já o Criciúma apelou para a jogada aérea, mas inicialmente não achou espaço na forte defesa adversária. Encolhidos, os cearenses sequer conseguiam explorar os contra-ataques, tamanha a dificuldade para a bola rolar em meio à aguaceira.
Com o tempo, porém, o Tigre passou a usar melhor o campo molhado e a jogar pelas laterais. Aí, aos 36 min, o árbitro Paulo César de Oliveira resolveu dar uma mão e expulsou Chiquinho, que colocou a mão na bola e recebeu o segundo amarelo. Atitude justa, não fosse um lance ocorrido minutos antes. Cléber, que já tinha o amarelo, fez a terceira falta dura em Juninho e deveria ter recebido o vermelho, mas o árbitro deixou o lance seguir.
Com um jogador a mais em campo, o Criciúma se animou e intensificou a pressão, o que surtiu efeito aos 45 min. Luciano Almeida bateu falta de longe, com força, e Jéfferson não conseguiu segurar. A bola bateu no peito do goleiro e sobrou limpa para Paulo Baier, que empurrou para o fundo do gol e marcou o primeiro do jogo.
A etapa final começou exatamente com a anterior. Em busca do gol que poderia lhe garantir o título, o Criciúma alugou o meio-campo adversário desde o primeiro minuto e começou o bombardeio. Jéfferson ainda conseguiu salvar as duas primeiras bolas que foram contra seu gol, mas não pôde fazer nada na terceira.
Após boa troca de passes na entrada da área, Cléber Gaúcho ajeitou de cabeça para Dejair, que veio de trás e bateu colocado, no cantinho direito do goleiro adversário. O gol explodiu a torcida local, que iniciou o coro de Campeão logo após o terceiro gol, novamente de Paulo Baier, aos 15 min..
Mas a festa começou um pouco cedo. Após um chute de Finazzi na trave, Sérgio pegou o rebote, foi derrubado dentro da área por Luciano Almeida e o árbitro marcou o pênalti. Vinícius, artilheiro da competição com 22 gols, cobrou com perfeição e devolveu as esperanças ao Leão.
O jogo ficou equilibrado pela primeira vez, com as duas equipes se alternando no ataque. O Fortaleza, com um homem a menos, tentava colocar a bola na cabeça dos grandalhões Vinícius e Finazzi, enquanto o Criciúma trabalhava a bola. Mas o título catarinense veio pelo alto. Após escanteio, a defesa tricolor afastou de cabeça e o homem do jogo, Paulo Baier, apareceu para bater forte e encerrar o campeonato. O título estava garantido.
No final do jogo, veio a já tradicional confusão que marca a Série B ano a ano. Vinícius e Juca, que vinham se desentendendo há tempos, trocaram cusparadas. Não satisfeito, o atacante visitante deu dois socos na boca do meia. Ambos foram expulsos e a taça foi erguida logo após a vergonhosa exibição de selvageria.
CRICIÚMA 4 X 1 FORTALEZA
Criciúma
Fabiano, Paulo Baier, Cametá, Luciano e Luciano Almeida (Sandro); Cléber Gaúcho, Dejair, Cléber (Edinho) e Juca; Delmer e Anderson Lobão (Tico).
Técnico: Edson Gaúcho
Fortaleza
Jéfferson, Marcão, Ronaldo Angelim e Erandir; Chiquinho, Dino (Finazzi), Kel, Juninho (Alyson) e Sérgio; Clodoaldo (Rogério) e Vinícius.
Técnico: Luís Carlos Cruz
Data: 7/12/2002 (sábado)
Local: estádio Heriberto Hulse, em Criciúma
Árbitro: Paulo César De Oliveira (Fifa/SP)
Assistentes: Marinaldo Silvério (SP) e Francisco Rubens Feitosa (SP)
Cartões amarelos: Cléber Gaúcho, Luciano Almeida, Chiquinho, Anderson Lobão, Paulo Baier, Finazzi
Cartões vermelhos: Chiquinho, Finazzi, Delmer, Vinícius e Juca
Gols: Paulo Baier, aos 45 min do primeiro tempo; Dejair, aos 9 min, Paulo Baier, aos 15 min e aos 33 min, Vinícius, aos 25 min do segundo tempo. (com Placar)
Criciúma goleia o Fortaleza e é campeão brasileiro da Série B
4 minutos de leitura
Com três gols do lateral-direito Paulo Baier, a equipe catarinense garantiu a espetacular vitória por 4 x 1 sobre o Fortaleza, neste sábado, no estádio Heriberto Hulse, e deu ao Tigre o título de campeão da Série B do Campeonato Brasileiro.
continua após a publicidade
continua após a publicidade