Um grupo de crianças e adolescentes que integram os programas oferecidos no Ambulatório de Obesidade da Unidade de Saúde da Criança participaram na tarde desta sexta-feira da festa de encerramento das atividades do ano. A comemoração começou com caminhada e teve brincadeiras em cama elástica, jogos e uma deliciosa salada de frutas, servida na hora do lanche.

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A intenção do passeio, segundo a autoridade sanitária da Unidade de Saúde, Magda Marcelino Brito, foi incentivar a atividade física para facilitar a perda de peso e melhorar a qualidade de vida das crianças e dos adolescentes.

"Precisamos agir de forma preventiva, uma vez que crianças obesas têm maiores chances de se tornarem adultos obesos, com riscos de sofrer de doenças como hipertensão arterial e diabetes", explica Magda.

A caminhada teve início em frente à Unidade de Saúde, na rua Marechal Floriano Peixoto. As crianças saíram às ruas carregando faixas para despertar o interesse dos pais em incentivar bons hábitos nos seus filhos. Durante 25 minutos, as crianças percorreram cerca de cinco quadras até a praça Ouvidor Pardinho.

Na hora do lanche, pães, doces e salgadinhos ficaram de fora. As crianças comeram salada de fruta e produtos de soja. "Foi uma forma de mostrar que alimentos saudáveis são atrativos e não devem ficar de fora do cardápio durante as férias", alertou Magda.

A animação das crianças durante o passeio demonstrou como o programa ajudou a melhorar os hábitos de vida dos participantes. Aos 12 anos, Adão Oliveira participou com alegria da atividade. Há dois anos, a cena teria sido impossível de ser imaginada pelo garoto que, acima do peso, não suportava atividades físicas.

"Eu só brincava de videogame. Não gostava de bicicleta, bola e corrida. Hoje são estes os meus principais passatempos", contou Adão que já emagreceu sete quilos depois que passou a fazer parte das atividades do Ambulatório de Obesidade da Unidade de Saúde da Criança.

O companheiro de diversão, Diogo Barbosa, também de 12 anos, cometia outro erro comum à crianças acima do peso. "Eu comia tudo misturado e tive que reeducar a minha vontade de comer", ensina o garoto.

Atendimento

Além do atendimento na unidade referência da infância, o município conta com outras frentes de combate a obesidade. Todas as 105 unidades de saúde prestam orientação nutricional aos pacientes.

O Vida Saudável, feira de serviços itinerantes que a Prefeitura realiza nos bairros da cidade também oferece orientação e faz a avaliação nutricional das pessoas. "A base do trabalho de prevenção da obesidade e trabalhar a educação alimentar das pessoas", explica o médico do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Nilton Wiltrich.

Medidas adotadas nas escolas municipais estão ajudando a melhorar os índices de obesidades das crianças. A merenda escolar passou por uma alteração no cardápio, os lanches como pizza e cachorro quente, foram limitados para, no máximo, duas vezes por semana. Também foi aumentada a oferta de frutas e vegetais, que passaram a ser consumidas pelos alunos mais de uma vez na semana.

Um programa de educação nutricional nas escolas começou a ser desenvolvido e os professores passaram a freqüentar cursos para aprender a combater e prevenir a obesidade.

A Secretaria Municipal da Saúde distribuiu, para todos os 115 mil alunos do município, uma edição do Curitibinha, um gibi elaborado para abordar as questões relacionadas a alimentação saudável e segura.

Nas páginas coloridas da edição os alunos aprendem sobre a importância dos alimentos, desde a escolha dos produtos no supermercado, até a forma adequada de consumi-lo em casa.

A obesidade se tornou uma epidemia no mundo. Segundo o médico Nilton Wiltrich se deve a diversos fatores. "Ela se deve a vários fatores como hábitos inadequados de alimentação e a falta de exercícios físicos. Embora existam fatores genéticos envolvidos na causa da obesidade, merecem destaque àqueles relacionados ao ambiente em que a criança se desenvolve", afirmou o médico.

Segundo um estudo realizado recentemente pela empresa de pesquisa LatinPanel, 41% dos brasileiros com mais de sete anos de idade, estão acima do peso. Entre as crianças os dados também preocupam: 35% da população com idade entre 7 e 12 anos estão com excesso de peso.

No ambulatório de obesidade as crianças são atendidas por uma médica endocrinologista e depois encaminhadas para consultas de acordo com a necessidade do caso. As crianças vão para o Programa de Reeducação Alimentar onde participam, mensalmente, do controle do peso e recebem orientação nutricional.

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