Uma criança de quatro anos matou o irmão de um ano e onze meses enforcado ontem. Na hora da tragédia, por volta das 17 horas, as crianças estavam sob o cuidado da irmã mais velha, de 10 anos. A mãe, de 27 anos, deixou os filhos em casa e foi trabalhar num depósito de gás. O caso chocou não só a comunidade do bairro como todos os policiais que atenderam a ocorrência.

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A delegada Elisabete Sato, chefe da 4ª Seccional (Norte), ficou estarrecida com a notícia. Ela estava em casa quando recebeu a ligação dos policiais comunicando o fato. "Em 17 anos que trabalhei na Divisão de Homicídios e Delegacia da Criança (e do Adolescente), nunca vi um caso desses", afirmou. De imediato, Elisabete Sato encaminhou a família para atendimento no Conselho Tutelar e na Vara da Infância e Juventude.

Os policiais do distrito foram orientados a ouvir com cautela todos os envolvidos na ocorrência – a mãe, uma vizinha chamada pela filha mais velha para socorrer o bebê já desfalecido, e as garotas de 10 e de 4 anos. Esta última foi ouvida com o auxílio e a supervisão de psicólogos.

Segundo Elisabete Sato, como o caso não configura crime porque a criança de 4 anos não pode ser responsabilizada por seus atos, a atuação policial pára por aí. Antes de fechar a investigação, a polícia aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) Central para confirmação da causa da morte e atestar se a criança de quatro anos teria força para enforcar um bebê de um ano e onze meses.

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A morte trágica do bebê também espantou o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, chefe da Divisão de Homicídios. Ele fazia um levantamento sobre os homicídios do dia e se atordoou ao ler o relatório do caso.