Criação da TV pública é alvo de críticas no Senado

Senadores da oposição protestaram nesta quinta-feira (15) contra a iniciativa do governo de criar uma rede pública de TV ao custo de R$ 250 milhões em quatro anos. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), comparou a idéia à implantação da Voz do Brasil no governo de Getúlio Vargas, "com objetivos bem claros e autoritários, dentro de um sistema autoritário, em uma época autoritária".

Tasso endossou a "equação matemática" estabelecida pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), segundo quem "televisão pública, mais populismo, mais plebiscito para substituir o Congresso em diversos momentos de pronunciamento é igual a menos liberdade, a mais autoritarismo, a mais intervencionismo sobre a vida das pessoas, empresas e trabalhadores".

Virgílio previu que a bancada governista está cheia de pessoas de caráter democrático "que haverão de dizer o presidente da República que não persista na aventura, que não persista nesse vôo, que não repita o triste exemplo que vem da Venezuela". O líder tucano insistiu: "A televisão estatal serve de palanque para um governante tresloucado, que malbarata um recurso não renovável que caberia à prosperidade de seu povo, mas que meramente tem servido para sustentar um poder que não teria razão de ser, até porque agride frontalmente a democracia brasileira.

O líder do PFL, José Agripino (RN), perguntou para quê Lula quer uma TV, "se já tem a Radiobrás, a Voz do Brasil e pode convocar para si ou para qualquer ministro cadeia nacional de rádio e TV para comunicar fatos de interesse nacional, só se for para praticar o marketing".

O presidente da Comissão de Comunicação, Ciência e Tecnologia, Wellington Salgado (PMDB-MG), informou que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, foi convidado a prestar esclarecimentos sobre a rede pública de TV. Salgado defendeu Costa, de quem é suplente e cuja cadeira assumiu com sua nomeação para o ministério, alegando que a iniciativa não deve se amparar nas mesmas intenções do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, "porque ele fechou as demais televisões".

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