Crescimento sustentado

Os bons resultados da economia brasileira e a confirmação cada dia mais robusta do ciclo de crescimento sustentado, que se devem em grau elevado à manutenção do rígido modelo adotado desde o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, de fato, colocam o Brasil entre os países que apresentam, nesse momento, uma conjuntura amplamente favorável.

É o que reconhece o ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Mendonça de Barros, em revelação ao jornal Valor Econômico. Um dos principais artífices do programa de desestatização do ciclo administrativo anterior ao atual, que entre outros feitos planejou a transferência para a iniciativa privada de todo o sistema nacional de telefonia, Barros não tem dúvidas quanto ao ingresso do Brasil num ciclo de crescimento sustentável, cuja plataforma de lançamento está sendo oferecida pela solidez de suas contas externas.

O economista concordou com a argumentação de que a nova realidade vivida pela economia permite assegurar que estão no passado os ciclos temporários de crescimento registrados nas últimas décadas, jocosamente enfeixados na denominação de ?vôos de galinha?.

Os argumentos de Luiz Carlos Mendonça de Barros e demais analistas que compartilham a avaliação otimista do atual ciclo de desenvolvimento, convergem para o reconhecimento da relevância da demanda chinesa por commodities como fator primordial para o ajuste das contas externas brasileiras. Afinal, foi o crescimento interno da China, bem como de outros países asiáticos, que garantiu o suporte para a elevação das cotações internacionais de alguns dos produtos exportados em grande escala pelo Brasil. Em alguns casos, a alta de preços chegou a 70%.

Segundo o antigo ministro, ?o forte crescimento do consumo e a redução da volatilidade macroeconômica são fatores positivos para o investimento e este ciclo parece ser longo e mais confiável que no passado?, salientando que o papel do setor externo foi bastante expressivo na criação do novo ciclo, incluindo as importações para sustentar o crescimento da demanda doméstica.

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