O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destaca a recuperação da indústria nos últimos três meses do ano passado, mas afirma que o resultado final foi "modestíssimo". Ao longo de 2006, a produção industrial teve crescimento de 2,8%, abaixo dos 3,1% de 2005, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta cotação do real frente ao dólar é considerada a principal causa desse crescimento menor, avalia o Iedi, em nota divulgada hoje (5). Com o real valendo mais em relação ao dólar, o estrangeiro paga mais caro pelo produto brasileiro. Na opinião do Iedi, isso está prejudicando as exportações brasileiras.
O Iedi também discorda da avaliação do IBGE de que o crescimento industrial de 2006 foi mais qualificado que o de 2005. "Os dados mostram uma qualidade de crescimento na medida em que a gente tem uma dispersão de crescimento entre setores e produtos", segundo a gerente de Análises e Estatísticas Derivadas do IBGE, Isabella Nunes. Isso porque, em 2006, 54,6% dos produtos pesquisados registraram alta de produção. Em 2005, 49,7% apresentaram crescimento.
Já o Iedi destaca que apenas seis setores da indústria foram responsáveis por quase 70% do crescimento industrial em 2006. Entre os setores que mais cresceram, estão o de bens de capital – que são equipamentos para indústria. E indústria extrativa – como minérios e petróleo – e bebidas e alimentos. Segundo o Iedi foram prejudicados os setores exportadores que empregam mais mão de obra: calçados, vestuário, têxtil e automobilística.
