As projeções para o crescimento da produção industrial deste ano caíram mais um pouco, de acordo com a pesquisa que o Banco Central realizou na última sexta-feira (21) com analistas de mercado e de instituições financeiras para ?sentir? as tendências dos principais indicadores da economia.
A expectativa de crescimento da produção industrial, que há quatro semanas era de 4,26%, vem caindo gradativamente, semana a semana. No boletim Focus divulgado hoje (24) pelo BC, a previsão caiu para 4,11%. Esse movimento para baixo impede que o mercado acompanhe o otimismo da área econômica do governo sobre recuperação sustentada da economia.
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, falam em crescimento de até 4,5% para o Produto Interno bruto (PIB) – a soma das riquezas produzidas no país. Mas os economistas da iniciativa privada insistem em manter a projeção de 3,60% neste ano, melhorando para 3,70% em 2007.
Caso essas previsões se confirmem, calculam ainda que a relação entre dívida líquida do setor público e PIB será de 50,50% neste ano, e de 49,15% em 2007. Equivale dizer que metade de tudo que o país produz está comprometido com o pagamento da dívida.
A pesquisa publicada no boletim Focus desta semana reduz de US$ 15,40 bilhões para US$ 15 bilhões a expectativa de entrada de investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo. No mais, as perspectivas da economia mantêm-se estáveis.
O saldo da balança comercial (exportações menos importações) deve ficar mesmo em torno de US$ 40 bilhões (contra US$ 44,7 bilhões no ano passado), com capacidade para gerar saldo de US$ 9 bilhões em conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior.
De acordo com o cenário de mercado, a taxa básica de juros (Selic), atualmente de 14,75% ao ano, deve encerrar 2006 em 14,25%, com possibilidade de cair para 13% em 2007; e a cotação do dólar foi mantida em R$ 2,23 no final deste ano (R$ 2,35 em 2007).