Crescimento espalhado foi o mais positivo da produção industrial

O índice de difusão da produção industrial em julho mostrou que houve crescimento na produção em 55% dos produtos pesquisados, segundo destacou o chefe da coordenação de indústria do IBGE, Silvio Sales. Em junho, o índice de difusão havia sido de 43%. Para Sales, esse "crescimento espalhado" da produção foi o ponto mais positivo dos dados da produção industrial relativos a julho e divulgados hoje pelo IBGE. "Com a entrada do segundo semestre, houve maior espalhamento no crescimento (da produção), o que é significativo", disse.

Bens de consumo duráveis

O crescimento das importações começa a prejudicar a produção de bens de consumo duráveis, que teve queda de 0,2% em julho ante a de junho e o menor crescimento (1,2%) entre as quatro categorias pesquisadas na comparação com a registrada em julho do ano passado.

Os principais impactos no baixo crescimento dessa categoria em julho ante o de igual mês do ano passado foram dados por celulares (-12,4%), mobiliário (-7,9%) e pela brusca desaceleração no grupo de linha marrom (TV, vídeo, som, que passou de um aumento de 27,9% acumulado no primeiro semestre para apenas 0,7% em julho).

Para Sales, "parte da demanda pelos bens duráveis pode estar sendo atendida pelas importações." Além disso, ele destacou que o crédito consignado, que vinha puxando o desempenho do setor, está estabilizado, diminuindo sua influência sobre as vendas de duráveis.

Dados apresentados por Sales mostram que a quantidade importada de bens de consumo duráveis cresceu 114,2% na média diária em julho ante a de igual mês de 2005. Além dos efeitos sobre os duráveis, os dados da produção industrial em julho ante a de igual mês de 2005 mostram que os segmentos que estão sofrendo diretamente as influências negativas do câmbio valorizado ajudaram a puxar para baixo o resultado da produção industrial em julho ante a de julho 2005 (aumento de 3,2%). São eles vestuário (-5,2%), calçados e couro (-6,3%) e madeira (-8,8%). "O câmbio está influenciando a atividade da indústria em alguns segmentos", disse Sales.

Bens de capital

A categoria de bens de capital liderou o crescimento da produção industrial em julho, "mas não dá para dizer ainda que houve um avanço nos investimentos", observou Sales. A produção de bens de capital cresceu 1,0% em julho ante a de junho e 8,4% na comparação com a de julho de 2005.

Ante julho do ano passado, o destaque de expansão entre os segmentos que compõem essa categoria foi o de bens de capital para energia (34,7%), seguido pelos segmentos para construção (9 4%), para indústria (9,1%) e para transporte (7,6%). O segmento de bens de capital para agricultura prosseguiu registrando queda (-27,5%).

Para Sales, o resultado de bens de capital "é uma informação pontual. Setorialmente, há crescimento da produção dessa categoria para fora da indústria, voltada para energia elétrica e construção.

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