Pouco mais de um mês depois da chacina da Baixada Fluminense, testemunhas do crime, que no início das investigações evitavam dar informações à polícia sobre o que viram, temendo represálias, vêm procurando o Ministério Público em Nova Iguaçu para denunciar policiais militares responsáveis pelo massacre. Elas já reconheceram pelo menos cinco dos onze PMs presos.
São moradores dos municípios de Nova Iguaçu e de Queimados, onde ocorreram os assassinatos – vizinhos, parentes e amigos de parte dos 29 mortos. Eles relataram a crueldade dos assassinos: em alguns casos, o atirador mandou a vítima correr para depois atirar nela pelas costas. A informação é confirmada pelos laudos cadavéricos, que mostraram que algumas pessoas foram alvejadas nas costas e na nuca.
As novas testemunhas apontaram os soldados Fabiano Gonçalves Lopes, Carlos Jorge Carvalho e Julio Cesar Amaral e os cabos Marcos Siqueira Costa e José Augusto Moreira Felipe como matadores. Os mesmos PMs já haviam sido identificados por outras testemunhas, ouvidas pela Polícia Civil.
O Gol prata que o soldado Carvalho usou na noite da matança foi mencionado por algumas das pessoas que procuraram o MP recentemente. No carro, já foram encontrados vestígios de sangue de duas vítimas, além de cápsulas de balas de uma arma usada pelos matadores. Para o promotor Marcelo Muniz, as declarações dessas pessoas são importantes porque reforçam o que os investigadores vêm apurando e porque elas fornecem detalhes do crime.
Reunião
O secretário de Segurança Pública do RJ, Marcelo Itagiba, é aguardado amanhã (05) de manhã numa reunião da comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio. Os deputados querem saber como anda o inquérito, que deverá ser concluído até o fim deste mês.