A participação das pequenas e médias empresas nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceu 59% nos últimos três anos e deverá atingir R$ 7 bilhões em créditos este ano – ou cerca de 25% do total de desembolsos do banco.

O resultado crescente na carteira desse segmento vem acorrendo, mais acentuadamente, desde 2000, quando o banco firmou parceria com federações de indústrias como a Fiesp, de São Paulo, e Fiemg, de Minas Gerais, para montar postos avançados do banco com a intenção de divulgar aos empresários as possibilidades de negócios. Em 2000, foram financiados R$ 4,4 bilhões às pequenas e médias, volume que passou para R$ 5,8 bilhões em 2001, crescimento de 31,8%. Este ano, o crescimento do crédito para este segmento está projetado em 20,6%.

?Muitas empresas pequenas e médias ainda não sabiam que poderiam tomar empréstimos do banco ou acreditavam que a operação fosse trabalhosa?, diz o gerente-executivo da área de Relacionamento do BNDES, Guillermo Graziani. ?Ajudamos a derrubar o mito de que o banco só atende grandes empresas.?

Já foram contatadas 15 mil pequenas e médias empresas desde a instalação dos postos. Elas tinham teto de crédito de R$ 7 milhões, volume que passou agora para R$ 10 milhões. Mas os financiamentos podem ser obtidos desde R$ 100 mil.

Segundo Graziani, o BNDES já tem 33 postos avançados em todo o País e deverá chegar a 39 até o fim do ano. O banco vai inaugurar, em Ribeirão Preto, seu 34º posto, o quinto no Estado de São Paulo. A unidade será instalada na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), seguindo o modelo adotado nas cidades paulistas de São José do Rio Preto e Bauru.

Em São Paulo, o BNDES também tem postos funcionando na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica (Abinee). Em Minas, a parceria com a Fiemg deve somar 11 postos este ano, o maior número entre os 20 Estados já atendidos.

?Tradicionalmente, a indústria é a maior tomadora de empréstimos junto ao BNDES?, diz Graziani explicando a parceria com as federações e associações industriais. O trabalho em conjunto do banco com o segmento industrial ?já traz o cliente filtrado, sabendo o que quer?, justifica Graziani. O banco poderá repetir esta parceria em outros setores da economia.

Apesar de apostar no segmento de pequenas e médias, o BNDES não empresta diretamente para essas empresas. Os créditos são obtidos via agentes financeiros credenciados pelo banco no chamado crédito automático. O banco cobrava 2,5% de ?spread? nesses financiamentos, taxa que caiu para 1% este ano.

Em 2002, os empréstimos foram tomados com juros entre 16% e 17% ao ano, já incluídos a TJLP e o ?spread?, informa Graziani. Para as pequenas e médias empresas, o BNDES empresta até 90% da necessidade de crédito.

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