Cresce demanda por natação adaptada em Curitiba

Eliana Patrícia Pereira, coordenadora do torneio de natação adaptada dos Jogos Especiais de Curitiba, promovidos pela Prefeitura, espera que no próximo ano a modalidade tenha o dobro de competidores.

Professora de educação física da Faculdade Dom Bosco, ela convoca universidades, clubes e academias particulares a abrir mais espaço para atletas especiais, uma prática esportiva que exige infra-estrutura igualmente especial. Ela garante que há profissionais disponíveis no mercado para atender a uma demanda crescente.

Os Jogos Especiais de Curitiba, retomados a partir deste ano, foram abertos nesta semana e serão encerrados na próxima sexta, dia 23. Os Jogos reúnem atletas especiais em várias modalidades. Na natação adaptada, são 80 competidores número que, afirma Eliana, seria maior se houvesse mais oferta para a prática deste esporte.

Você considera pequeno o número de participantes nesta modalidade. Seria um esporte muito caro?

Patrícia – Infelizmente em Curitiba temos somente dois clubes que oferecem a natação adaptada: o Clube Curitibano e o Círculo Militar. Nossa intenção é desenvolver um trabalho junto às universidades e em seguida nos clubes e academias particulares para que abram espaço para essa modalidade. E não acho que seja caro, uma vez que as piscinas já estão devidamente funcionando, com professores e equipes de manutenção. Basta a contratação de profissionais preparados para atender o atleta especial. E todos os anos as faculdades estão colocando mais e mais profissionais devidamente preparados no mercado.

O que falta para então?

Patrícia – É preciso que as pessoas percebam que tudo é possível. Por exemplo, aqui no Círculo Militar não tivemos nenhum tipo de problema com os associados. Todos abriram mão de seus dias de aula de natação para ceder o espaço para a competição. E também ofertamos a modalidade no clube.

Como é feita a adaptação da natação para o deficiente?

Patrícia – Foram disputadas nesta edição dos jogos especiais, dezenove provas. Todas adaptadas para o atleta deficiente visual ou mental, sempre respeitando o grau de dificuldade dos competidores que foi dividido em três categorias: iniciante, médio e avançado. Alguns fazem caminhadas nas raias da piscina, outras equipes utilizam pranchas ou os "espaguetes", outros só nadam acompanhados por um professor. É o que chamamos de "nado rudimentar".

Na natação adaptada, alguns atletas dão a largada de dentro da piscina e outros pulam na raia. Por quê?

Patrícia – Para garantir mais segurança ao atleta, é necessário tomar alguns cuidados. Por exemplo, o atleta que tem Síndrome de Down não pode pular diretamente na água porque alguns apresentam problemas na coluna cervical, como o atlantoaxial – acúmulo de gordura na região próxima ao pescoço.. Mas a maioria segue as regras da Federação de Natação, com algumas adaptações, é claro. Mas não é permitido a nenhum atleta parar no meio da raia de competição de impulsionar o corpo com as pernas. É desclassificado. Existem regras e elas são cumpridas.

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