Credores pedem a falência da Globopar na Justiça dos EUA

Um grupo de três credores americanos entrou, no último dia 11, com o pedido de falência da Globopar (Globo Comunicações e Participações) ? empresa-mãe da família Marinho ? na Corte de Falências dos Estados Unidos (EUA), Distrito Sul de Nova Iorque. O fundo de investimentos solicita que a justiça intervenha na renegociação da dívida da Globopar, que de acordo com os credores, já chega a US$ 93,4 milhões determinando, inclusive, a forma de pagamento. A informação foi divulgada por uma editora americana especializada em informações do setor de telecomunicações.

Em no máximo 20 dias, a contar do recebimento da notificação da justiça, enviada na última segunda-feira, a Globopar terá que apresentar sua defesa na justiça Novaiorquina. Só então, o juiz do caso marcará uma audiência entre as partes para tentar solucionar o impasse. Se o magistrado der ganho de causa aos fundos de investimentos americanos, a Globopar poderá ser incluída no chamado Chapter 11, correspondente a concordata preventiva feito por terceiro na legislação brasileira, ou encaminhar a empresa diretamente para liquidação.

Desde setembro, os credores internacionais mandaram uma contraproposta de negociação para a Globopar. Até hoje, a empresa-mãe do grupo Roberto Marinho não haveria se pronunciado sobre a proposta. Diante da situação, os três grupos de credores entraram com a petição de falência involuntária. A garantia que os fundos têm é a Rede Globo de Televisão, do grupo Globopar. Este braço da empresa tem lucro suficiente para renegociar o total devido.

Além do montante devido aos americanos, a Globopar teria um total de US$ 1,9 bilhão em débitos. Ela deve a bancos, e a fundos que detêm títulos como esses que entraram com o pedido de falência.

Enquanto é acionada na justiça americana, a empresa tomou a iniciativa e liderou um grupo de empresas de comunicação pedindo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um pedido para criar um “Proer da mídia”. O jornalista Paulo Henrique Amorim, teria enviado ao presidente do banco, Carlos Lessa, a seguinte pergunta: “O BNDES vai botar dinheiro do povo brasileiro numa empresa cuja falência é pedida numa Corte de Falências em Nova York?” Lessa não respondeu à pergunta.

Os fundos credores são o Gmam Investment Funds Trust I, que alega ser credor de US$ 30,5 milhões da Globopar, o Foundations For Research, reclamando US$ 175 mil, e o WRH Global Securities Pooled Trust, com o crédito de US$ 63,6 milhões.

Posição da Globopar:
12 de dezembro de 2003 – A Globo Comunicações e Participações S.A. (“Globopar”), comunica que em 11 de dezembro último, o Grupo de Investimento W. R. Huff entrou com pedido, nos Estados Unidos, de reestruturação judicial da dívida da Globopar.

Esta ação é desprovida de fundamento legal e não afeta de forma alguma as empresas Globo. Todas estão gerando os resultados planejados e continuarão atuando sem qualquer impacto em seu desempenho ou gestão.

A Globopar vem mantendo, durante os últimos meses, construtivo processo de renegociação da dívida, organizado através de dois comitês de credores. A empresa já realizou diversos encontros com tais comitês e já tem próximas reuniões agendadas.

Ronnie Vaz Moreira, Presidente da Globopar, declarou que “a companhia vem se empenhando para alcançar uma solução consensual com seus credores e continuará a realizar as negociações e reuniões planejadas. Não acreditamos que ações como esta adotada ontem possam trazer qualquer benefício, quer para a empresa, quer para os seus credores.”

Por esta razão, a Globopar não aceitará que um credor, isoladamente, prejudique este processo de negociação, nem que este ou qualquer outro credor, utilize-se de expedientes desta natureza para tentar valorizar sua posição às custas dos demais.

A Globopar continuará negociando o pagamento da dívida, seguindo o processo em andamento, no melhor interesse de todos os envolvidos.

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