O presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou esta tarde que apresentará hoje aos credores novas garantias para a amortização dos débitos da empresa. Segundo o executivo, uma dessas garantias serão os R$ 4,5 bilhões que a Varig tem a receber da União por ações judiciais que cobram perdas decorrentes do congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90.
Outra possibilidade de os credores abaterem seus débitos será o R$ 1,3 bilhão que a companhia tem a receber de diversos Estados brasileiros por causa da cobrança indevida de ICMS. Além dessas duas garantias, Bottini disse que também serão oferecidos aos credores todos os ativos imobiliários da Varig, que valem cerca de R$ 130 milhões.
Os principais credores da Varig, como estatais e arrendadores de avião, estão reunidos esta tarde com a direção da empresa para conhecer as modificações que estão sendo feitas no modelo de venda da companhia. As mudanças são necessárias por causa da proposta de compra feita pela VarigLog.
Modelo de venda
Segundo Bottini, o novo modelo de venda da Varig prevê que a Fundação Ruben Berta (FRB) fique com 87% das ações da chamada "Varig antiga", a mesma fatia que detém hoje da atual empresa aérea. Apesar de majoritária, a FRB teve o controle político e administrativo sobre a empresa retirado pela Justiça do Rio. A "antiga" será desmembrada da operação principal, para herdar o passivo de R$ 7,9 bilhões.
Pelo modelo anterior de venda, a FRB teria sua participação de 87% reduzida para 5%, por meio de um fundo de investimento que seria criado para que credores pudessem converter suas dívidas em participação acionária. No entanto, como o desenho está sendo modificado, Bottini disse que esse fundo, que estava sendo chamado de FIP Controle, não existirá mais. Questionado se a possibilidade de a FRB manter o controle da Varig antiga poderia causar preocupação entre os credores, Bottini negou. "Esse sistema está sendo criado com os credores e vai permitir tranqüilidade a eles.