O crédito ao consumidor começou o ano aquecido, mantendo o ritmo de crescimento do fim de 2006. É a primeira vez em dez anos que financeiras e bancos não registram queda no volume de empréstimos de dezembro para o primeiro trimestre. O desempenho ratifica as projeções das instituições financeiras que esperam, em média, aumento de 25% nas carteiras de crédito ao consumidor com recursos livres para 2007.

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Além do cenário favorável do emprego, da recuperação da renda, da queda dos juros, com financeiras anunciando até ?liquidação de dinheiro?, o que realmente faz a diferença em relação aos outros anos é o alongamento dos prazos de pagamento. É possível comprar hoje e começar a pagar em 60 dias, no caso de mercadorias, ou só em fevereiro do ano que vem, condição oferecida para o crédito consignado a pensionistas do INSS e aposentados.

Apesar de a inadimplência continuar alta, porém sob controle, bancos e financeiras acreditam que esticar prazos não é tão arriscado. É que esse movimento ocorre exatamente no crédito consignado, linha cujo pagamento é quase certo, e na venda de veículos, que oferece garantias reais.

Números do Banco Central (BC) apontam que, em 12 meses até janeiro, o crédito pessoal total atingiu R$ 196,5 bilhões, com crescimento de 22% no período. E um dos motores desse desempenho é a linha de crédito consignado com desconto em folha de pagamento, que aumentou 50% no período. A outra alavanca é o crédito para a compra de veículos, cujo saldo teve alta 24%.

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?É a primeira vez desde 1996 que não houve perda de fôlego na virada do ano?, afirma Ademir Cossiello, diretor-executivo do Bradesco. Ele destaca que é a primeira vez desde 1996 que não houve perda de fôlego na virada do ano.

Cossiello conta que todas as linhas estão aquecidas. Sem revelar números, ele ressalta o bom desempenho do crédito consignado, da linha que antecipa a restituição do Imposto de Renda e do crédito para investimentos em empresas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Ele diz que, pelas taxas de crescimento do primeiro trimestre, a meta do banco de fechar o ano com aumento médio de 25% na carteira de pessoa física e jurídica será atingida. ?Dinheiro não é problema para nós. Vamos oferecer os volumes que o mercado quiser absorver.

Também para o Banco PanAmericano, do Grupo Silvio Santos, dinheiro não parece preocupar. Desde o início do mês, a instituição anunciou uma ?liquidação de dinheiro?. Foram ofertados R$ 200 milhões com juros de quase um ponto porcentual menor para aquele consumidor que der em garantia seu carro. ?Desse total, já emprestamos R$ 180 milhões?, diz o diretor Comercial do banco, Carlos Roberto Vilani.

Ele conta que, além de reduzir juros, esticou prazos. Desde o mês passado, aos pensionistas do INSS e aposentados foi oferecida a possibilidade de obter o empréstimo e começar a pagar só em fevereiro do ano que vem ou na data do seu próximo aniversário. Anteriormente, a carência para o primeiro pagamento nessa linha de crédito era de 60 dias. O prazo total para quitar o empréstimo aumentou de três para seis anos.