A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios aprovou a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal nos últimos cinco anos dos empresários Arthur Washek e Marcos Valério de Souza.
Washek foi ouvido pela comissão e confirmou ter sido quem mandou fazer a gravação em que o ex-chefe do Departamento de Contratação dos Correios Maurício Marinho aparece recebendo R$ 3 mil e falando sobre um suposto esquema de corrupção na estatal, em benefício do PTB. Já Marcos Valério foi citado pelo deputado Roberto Jefferson (presidente licenciado do PTB) em depoimento ao Conselho de Ética. Ele apontou Valério como operador de um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares. O publicitário está sendo investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais por movimento de mais de R$ 20 milhões realizado nas contas das empresas em que é sócio – DNA e SMP&B entre julho de 2003 e maio de 2005.
A comissão aprovou ainda em bloco 15 requerimentos. Entre eles, a solicitação de todas as pessoas que se identificaram na portaria do edifício-sede dos Correios, desde janeiro de 2003, indicando data, hora e local do prédio a que se dirigiram, e um pedido para que o Banco Rural identifique todos os saques realizados em dinheiro nas agências de Belo Horizonte, desde janeiro de 2003, superiores a R$ 100 mil, a partir das contas da SMP&B Comunicação, suas coligadas e sócios.
A comissão também solicita funcionamento durante o mês de julho e pede acesso à agenda da ex-secretária de Marco Valério Fernanda Karina Somaggio. Os parlamentares requerem ainda todos os contratos de publicidade firmados pelos Correios, inclusive subcontratações, e solicitam junto ao Ministério da Agricultura cópias de todos os atestados de vacinação contra aftosa e brucelose e também guias de Trânsito Animal emitidas para animais pertencentes a Marco Valério ou Renilda Santiago, sua esposa.