A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado não realizou a sessão convocada para hoje pelo seu presidente, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), ampliando mais ainda a divergência dele com o relator, deputado José Mentor (PT-SP).
Ontem, no plenário do Senado, Barros fez duras críticas a Mentor, que as rebateu, hoje, em nota à imprensa. A divergência dos dois parlamentares vem paralisando os trabalhos da comissão há mais de dois meses.
José Mentor acusou Antero Paes de Barros de estar ?partidarizando? os trabalhos da CPMI do Banestado, desde que foi divulgado o ?esquema Waldomiro Diniz?. É que Barros quis, imediatamente à divulgação do caso, criar uma CPI específica para investigar as acusações de recebimento de propina e recursos para campanhas do PT contra o ex-subchefe de assuntos parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz, mas não conseguiu.
A partir desse momento, segundo Mentor, o presidente da CPMI passou a ter “divergências intestinas” com ele, a ponto de tentar boicotar o requerimento de prorrogação dos trabalhos da comissão, o que foi conseguido por Mentor. A CPMI do Banestado teve seus trabalhos prorrogados até o dia 12 de março de 2005.
A crise maior da comissão ocorreu quarta-feira, quando Mentor realizou sessão reservada, convocada por nove senadores e onze deputados e que contou com a participação de 23 membros para discussão de procedimentos internos. O presidente da comissão não gostou e acusou Mentor de ?articular um golpe?. Fez um duro discurso no plenário, ontem à tarde, acusando Mentor de ser comandado pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, para ?abafar? investigações sobre o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf.
Na nota à imprensa, Mentor respondeu que no dia 31 de março último apresentou requerimento, aprovado pela comissão, solicitando cópia de toda documentação que à época se anunciava que chegaria da Suíça para a justiça brasileira. Mentor acusa Barros de ter ?engavetado? o requerimento, ao qual somente deu despacho no último dia 3 de junho. Mentor acusa Barros de marcar reuniões da comissão em dias e horários inadequados com o funcionamento rotineiro do Senado e da Câmara (a comissão mista reúne deputados e senadores e suas sessões não podem ser realizadas quando está havendo sessões deliberativas em uma ou em ambas as Casas ao mesmo tempo).
A sessão de hoje, por exemplo, sequer foi aberta porque estavam presentes apenas quatro parlamentares: Barros, Mentor, o deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG) e o senador Heráclito Fortes (PFL-PI). Antes de encerrar a sessão, Barros convocou outra para às 21h da próxima terça-feira. Segundo Mentor, é uma convocação inócua ?pois nesse horário e dia nada funciona no Congresso Nacional?.
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna