Brasília – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), informou, há pouco, que a comissão vai votar amanhã (1º) requerimento para reapresentação ao Banco Central do pedido de quebra dos sigilos fiscal, telefônico e bancário do diretor-presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto.
O requerimento "será mais fundamentado agora, usando todos os argumentos que mostram as razões da comissão de precisar ter acesso aos dados de Okamotto", afirmou o senador, em entrevista coletiva. Okamotto pagou ao Partido dos Trabalhadores (PT) dívida contraída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de este chegar à chefia do governo.
Efraim Morais disse que pretende conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, que concedeu liminar ontem (30), impedindo o acesso da CPI aos dados do presidente do Sebrae. "Precisamos da colaboração do governo e da justiça", afirmou o senador.
Para ele, o STF vai despachar em contrário. "Precisamos disso, sob pena de os trabalhos da CPI ficarem paralisados. Se isso acontecer, teremos que adiar a apresentação do relatório do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB RN), marcada para o dia 25 de abril, e conseqüentemente prorrogar também os trabalhos da comissão", explicou.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), ressaltou que "decisão do Supremo não se contesta, mas pode-se discutir e renovar". Agripino disse que Okamotto "tem que mostrar de onde veio o dinheiro que usou" para pagar a dívida de Lula, pois, em depoimento na comissão, o
ex-secretário de Finanças da prefeitura de Campinas Paulo de Tarso Venceslau atribuiu ao atual presidente do Sebrae tráfico de influência".