CPI vê indícios de envolvimento de médicos na venda de órgãos

O relator da CPI do Tráfico de Órgãos da Câmara dos Deputados, deputado Pastor Pedro Ribeiro (PMDB/CE), informou hoje que as investigações feitas pela Comissão revelam indícios do envolvimento de médicos na venda de órgãos humanos e na fraude de listas oficiais de transplantados.

Segundo o deputado, em hospitais de São Paulo, principalmente, têm sido descobertas novas listas, baseadas nas oficiais, e que servem para atendimento em hospitais particulares, onde muitas vezes é cobrado o transplante de órgão. ?O que vemos é o desrespeito e a desobediência às leis em relação à lista de transplantados, nacional e regional. É fato que o médico é o único profissional capaz de desenvolver esse comércio, que temos informações que existe?, disse o relator da CPI do Tráfico de Órgãos.

O deputado disse que em breve será divulgado o nome do médico denunciado em São Paulo por tentar vender um rim por US$ 50 mil.

O total de pacientes renais hoje no Brasil é de 70 mil pessoas, sendo que apenas 3 mil transplantes são realizados por ano.

Em audiência pública realizada hoje na Câmara dos Deputados, foi levantada também a necessidade de se investigar a inclusão de pacientes estrangeiros, como bolivianos e paraguaios, na fila de espera do SUS (Sistema Único de Saúde) para realizar hemodiálise e transplantes de órgãos.

O relatório da CPI será apresentado por capítulos devido ao grande número de casos de denúncias espalhados pelo país. O documento final, que será enviado ao Ministério Público, conterá a observância da lei, os profissionais negligentes que facilitam o tráfico de órgãos e medidas para melhorar a vigilância dentro dos hospitais.

De acordo com o levantamento da CPI, os rins são os órgãos mais traficados no país.

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