O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), destacou a primeira diferença de valores com relação ao valor pago por Marcos Valério de Souza ao PL. "A soma dos quantitativos entregues e dos recebidos registram uma diferença de milhões de reais. Isso é necessário para que se classifique a conduta dos envolvidos. Se a diferença continuar, há mentira dupla, ocultação de provas e perjúrio".

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Marcos Valério afirma ter repassado ao PL R$ 10, 837 milhões. Já o presidente do partido, ex-deputado Valdemar Costa Neto, confirma o recebimento de R$ 6,5 milhões. "Dei esse valor e o Valdemar Costa Neto representava o PL", disse Valério. Ele afirmou que também entregou os valores ao tesoureiro do partido Jacinto Lamas e a Antonio Lamas.

Segundo Costa Neto, os R$ 6,5 milhões foram recebidos para quitar dívidas da campanha presidencial em 2002. "Tivemos que fazer um investimento muito grande em São Paulo porque Lula ganhou do Serra por 100 mil votos apenas no segundo turno".

A ex-mulher de Costa Neto, Márcia Cristina Caldeira, acompanha os depoimentos. Ela afirma ter documentos e que poderá entregá-los a algum parlamentar se Costa Neto mentir.

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Serão ouvidos pela comissão ainda hoje (27) o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Marcos Valério, Valdemar Costa Neto, e a ex-funcionária da SMP&B (agência de publicidade de Marcos Valério) Simone Vasconcellos. Ainda devem participar da acareação o assessor do PP João Cláudio de Carvalho Genu; o tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, e o ex-presidente da Casa da Moeda Manoel Severino dos Santos. Todos estariam envolvidos, de alguma forma, com o esquema de repasse de recursos de Marcos Valério.