CPI quer identificar origem de depósitos em conta de Valério

Brasília – O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator de Movimentação Financeira da CPI dos Correios, vai pedir um pente fino nas contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para tentar identificar alguma possível origem dos depósitos. Através da quebra de sigilo bancário das contas do empresário e de sua mulher, Renilda de Souza, a CPI descobriu depósitos em dinheiro vivo de cerca de R$ 1,9 milhão, sem origem declarada.

Para conseguir descobrir de onde saem os recursos lançados nas contas de Valério e Renilda, a CPI deverá requisitar ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) relatório sobre essas operações. A CPI quer saber se o Coaf foi informado dos depósitos acima de R$ 100 mil, como manda a lei. Pelo menos três depósitos feitos nessas contas supera essa importância, sendo que um deles, lançado em favor de Renilda, soma R$ 300 mil.

"Vamos investigar com afinco esse novo fato", afirma Fruet. "Pode esclarecer a origem do dinheiro que bancava Valério", avalia o deputado tucano.

Para o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), é possível que o dinheiro tenha tido sua origem ocultada por fazer parte do esquema de caixa 2 que foi montado pelo empresário Marcos Valério com integrantes do PT e do governo. "É muito estranho acontecer tantos depósitos em dinheiro vivo sem que se saiba de onde saiu todo esse dinheiro", diz.

Maia acha que a descoberta aponta mais um lado nebuloso das operações feitas por Marcos Valério nos últimos anos e que estão sendo investigadas pela CPI dos Correios, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Maia cobra também investigação mais detalhadas sobre o caso. "Não é possível que durante vários anos tenha havido tantas entradas de recursos nessas contas, feitas em espécie, e ninguém tenha estranhado isso", diz.

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