Brasília – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara poderá fazer uma acareação entre representantes da Aeronáutica e de entidades representativas dos controladores de vôo para apurar se existem falhas nos equipamentos de comunicação aérea. O relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), disse que a medida pode ser necessária porque houve contradições entre depoimentos prestados à CPI no que se refere à existência dessas falhas.
?Nós temos uma posição por parte da Aeronáutica de que não houve falha e temos uma posição por parte dos controladores de que que houve falha nos equipamentos e que esse teria sido um dos motivos do acidente [a colisão ente o Boeing da Gol e o jato Legacy, em setembro do ano passado]?, afirmou Maia, após o depoimento do presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho.
No depoimento, Botelho confirmou que há zonas cegas no país, onde radares e sistemas de comunicação falham. ?Vamos ter que fazer novas diligências, buscar outras informações e eu não descarto a possibilidade de acareação entre os envolvidos no controle do sistema aéreo no que diz respeito a essa questão dos equipamentos?, complementou o relator.
Segundo ele, a CPI também poderá recorrer a uma consultoria internacional ?que possa apontar efetivamente se houve ou não falhas nos equipamentos?. Na reunião de hoje, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) apresentou requerimento solicitando que a Organização Civil Internacional (Oaci) realize uma inspeção técnica no sistema do controle do tráfego aéreo brasileiro, para verificar se as falhas existem.