CPI já tem elementos para pedir indiciamento de Waldomiro Diniz

O relator da CPI da Assembléia Legislativa que investiga denúncias de corrupção na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), deputado Luiz Paulo Corrêa (PSDB), disse que já existem elementos suficientes para pedir o indiciamento de Waldomiro Diniz. O ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República e ex-presidente da Loterj é acusado dos crimes de corrupção ativa e passiva, improbidade administrativa, prevaricação, concussão (corrupção praticada por servidor público) e fraude na Lei de Licitações.

O presidente da comissão, deputado Alessandro Calazans (PV), informou que a votação do relatório deverá ocorrer após o recesso parlamentar, que começa amanhã (1). A data da votação ainda não foi marcada.

A CPI encerrou hoje a fase de tomada de depoimentos. O ex-diretor de Marketing da multinacional Gthec, Marcelo Rovai, foi o último a falar. Ele reiterou as acusações de que o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, Waldomiro Diniz, e o advogado Rogério Burati teriam tentado extorquir a Gtech no período em que a empresa negociava a renovação de contrato com a Caixa Econômica Federal (CEF) entre setembro de 2002 e março de 2003.

Segundo Rovai, Waldomiro insinuou que alguém havia interferido em favor da Gtech na renovação do contrato e que Burati teria se identificado como essa pessoa, exigindo sua contratação como consultor, por R$ 20 milhões, e afirmando que se isso não acontecesse, o contrato não seria renovado com a CEF. ?Nós fomos achacados por essa corja?, afirmou Marcelo Rovai.

No depoimento, o ex-diretor de Marketing da Gtech disse que a empresa agiu sempre dentro da lei nas negociações de renovação do contrato com a Caixa Econômica Federal. Acrescentou que as negociações eram realizadas diretamente com o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso; o vice-presidente de Logística, Paulo Bretas; o assessor da presidência da Caixa, Carlos Silveira; e alguns técnicos da Assessoria Jurídica da instituição.

Marcelo Rovai afirmou também aos integrantes da CPI que, em nenhum momento, qualquer pessoa ligada ao setor de loterias da Caixa participou das negociações. O diretor de Marketing da Gthec usou a expressão ?caíram de pára-quedas? para explicar o aparecimento dos nomes de Waldomiro Diniz e de Rogério Burati nas negociações da renovação do contrato com a CEF. Segundo ele, o contrato, na época, já estava praticamente fechado. Ao final do depoimento, Rovai entregou aos membros da CPI cópia do depoimento que prestou à Polícia Federal.

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